PROFECIA FANTASMAGÓRICA - Narrativa Clássica Verídica Sobrenatural - Autor anônimo do início do séc. XX
PROFECIA FANTASMAGÓRICA
Autor anônimo do início do séc. XX
Lorde Cobham conta em uma revista inglesa a história autêntica de uma aparição ocorrida em sua família.
Seu ascendente, Lorde Lyttelton, era um homem de caráter alegre e de vida bastante licenciosa. Em um dia de novembro de 1879, ao descerem suas sobrinhas e uma amiga à sala de jantar, em sua casa em Londres, notaram que ele estava pálido e como que perturbado. Contou ele, então, que na noite anterior havia tido uma estranha visão que lhe tinha impressionado muito, conquanto não acreditasse nestas coisas.
Havia sido despertado à meia-noite por um ruído, como de asas, que se agitavam em seu próprio quarto e, prestando atenção, ouviu mais o ruído de cautelosas e lentas pisadas que se dirigiam para seu leito.
Levantando-se, viu, com grande assombro, a figura de uma formosa mulher, vestida de branco e com um passarinho pousado na mão como se faziam com os falcões.
Enquanto procurava palavras para interrogá-la, falou a aparição, aconselhando-o que se preparasse para morrer, porque em breve chegaria sua hora.
Lorde Lyttelton respondeu:
—Espero que não seja já e que, pelo menos, viverei dois meses.
—Não — respondeu a visão. — Morrerás passados que sejam três dias e precisamente a esta mesma hora.
Desvaneceu-se logo com a mesma rapidez com que se havia apresentado, deixando a Lorde Lyttelton, por alguns instantes, completamente desconcertado.
Fingiu não dar importância e continuou a ir à Câmara dos Lordes, onde ainda pronunciou dois brilhantes discursos. Ao terceiro dia, depois de uma grande e animada troça, ficou repentinamente triste.
Seus amigos trataram de animá-lo e adiantaram, às escondidas, os relógios uns dez minutos.
Ao notar que a hora fatal havia passado, disse Lorde Lyttelton:
—Esta fada misteriosa não era uma verdadeira profetisa. Deixem-me; vou dormir.
Quando os relógios, que marcavam a hora verdadeira, deram as doze badaladas, Lorde Lyttelton morria.
Àquela mesma hora, apareceu inesperadamente a um de seus amigos que morava no campo e, quando este começava a dar ordens para arrumarem-lhe lhe um quarto, Lorde Lyttelton desaparecia. Era o seu fantasma.
Fonte: “Eternidade”/RS, edição de setembro de 1914.

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