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Mostrando postagens de novembro, 2019

DEIXA OS MORTOS EM PAZ - Conto Clássico de Terror - Ernst Raupach

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DEIXA OS MORTOS EM PAZ Ernst Raupach (1784-1852) Walter suspirava dolorosamente pelo falecimento de sua amada esposa Brunilda. Era meia-noite e ele estava junto ao túmulo, no momento em que o espírito que urra nas tempestades lança suas malditas legiões de monstros. Lamenta-se todas as noites junto à cripta, sob as árvores geladas, apoiando a cabeça na lápide de sua esposa. Walter era um poderoso cavaleiro da Burgúndia. Havia-se casado com Brunilda em sua juventude, quando os dois se amavam loucamente, mas a morte a arrebatou de seus braços. Ele ainda sofria, apesar de estar novamente casado com uma linda mulher chamada Swanhilde, que era o oposto de sua mulher: dama loira, de olhos verdes e de faces rosadas, e que lhe legara um filho homem e uma menina. Walter não encontrava descanso: ainda amava Brunilda e desejava com toda a alma tê-la junto a si. Ele constantemente comparava sua esposa viva com a morta. Swanhilde notou a mudança no marido e se desesperava para c

A MULHER VAMPIRO - Conto Clássico de Terror - E. T. A. Hoffmann

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A MULHER VAMPIRO E. T. A. Hoffmann (1776 - 1822) O conde Hipólito tinha voltado das suas extensas viagens, a fim de tomar posse da rica herança do pai, que morrera pouco tempo antes. O solar da família era situado numa das mais pitorescas regiões, e as rendas do patrimônio permitiam embelezá-lo custosamente. O conde resolveu reproduzir ali tudo o que durante as suas viagens o impressionara vivamente pela magnificência e bom gosto. Chamou uma nuvem de artistas e de operários, que começaram logo a embelezar, ou para melhor dizer, a reconstruir o castelo, rasgando ao mesmo tempo um parque do mais grandioso estilo, onde se encravaram, como dependências, a igreja paroquial e o cemitério. Possuidor dos conhecimentos necessários, o conde dirigiu em pessoa os trabalhos e entregou-se completamente a esta ocupação. E assim decorreu um ano, sem que lhe passasse pela ideia ir brilhar, como lhe aconselhava um tio velho, na sociedade da capital, sob os olhares das meninas casa

A VAMPIRA DE BAGDÁ - Conto Clássico de Terror - Collin de Plancy

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A VAMPIRA DE BAGDÁ Collin de Plancy (1794 – 1881)   Num subúrbio de Bagdá, no século XIV, vivia um velho comerciante, que acumulara uma fortuna considerável, e tinha por herdeiro dessas grandes posses um filho por ele muito amado. O ancião havia decidido dar ao herdeiro, como esposa, a filha de um de seus confrades, também comerciante, com o qual mantinha laços de amizade em razão de suas frequentes viagens. Embora muito rica, essa jovem era muito feia. E o amável Abou-Hassan — assim se chamava o filho do velho mercador —, a quem foi mostrado o retrato da mulher a ele destinada, pediu um tempo para decidir sobre aquele casamento. Certa noite, enquanto caminhava sozinho, sob a suave luz da Lua, nos campos vizinhos a Bagdá, o rapaz ouviu uma voz melodiosa, que entoava alguns versos do Alcorão, acompanhada de uma guitarra. Ele atravessou o bosque que ocultava a jovem cantora e se viu ao pé de uma casa de campo, em cuja varanda, sombreada pela erva movediça, havia uma mulher incrivelm