PRESAS QUE RASGAM MINHA CARNE - Conto de Terror - Maycon Guedes
PRESAS QUE RASGAM MINHA CARNE Maycon Guedes Samanta acelerou o passo no exato momento em que viu o portão do cemitério aberto. Ela não tinha outra escolha a não ser entrar naquele local macabro para fugir de seu agressor. Seu marido a perseguia ferozmente e, sabendo dos danos que sofreria, Samanta não hesitou em se esconder na escuridão daquele lugar fúnebre. Permeada pelo sono eterno dos mortos, sentindo o calafrio percorrendo todo o seu corpo marcado pela violência, a pobre vítima refletiu que, por mais assustador que aquele lugar demonstrava ser, não era mais assustador que a vida fora dali; era muito melhor estar entre os mortos naquela madrugada fria. Um grande jazigo velho de grades enferrujadas chamou a atenção de Samanta - ali seria o local de seu refúgio. Com facilidade ela abriu as grades, sentindo a ferrugem úmida grudar em suas mãos e, em silêncio e imóvel, ela se camuflou entre as velhas coroas de flores que estavam ali dentro. ...