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Mostrando postagens de setembro, 2018

MORFINA - Conto Clássico de Horror, Loucura e Morte - Humberto de Campos

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MORFINA Humberto de Campos (1886 – 1934) Quando o Carvalho Souto, meu companheiro de escritório, sofreu aquele acidente de automóvel em que fraturou duas costelas e o braço esquerdo, eu, ia vê-lo quase diariamente à Casa de Saúde Santa Genoveva, na Tijuca. A solicitude persistente com que velava pelo meu amigo, fez-me, em pouco tempo, íntimo dos médicos do estabelecimento. E de tal maneira que, trinta e quatro dias depois, quando o Souto recebeu o boletim concedendo-lhe "alta", eu contava já um amigo novo, na pessoa amável e mansa do Dr. Augusto de Miranda, que exercia, então, ali, as funções de subdiretor. Filho de médico, e neto de médico, Miranda nascera, pode-se dizer, no quarto ano de medicina. Aos sete anos já utilizava o seu pequenino serrote de fazer gaiolas, serrando, com ele, a perna dos passarinhos que apareciam com alguma unha doente. Mediano de estatura, robusto de tórax, cabelos alourados e olhos entre o azul e o verde, o subdiretor da Casa de

LANÇAMENTO DA EDITORA ESTRONHO: UM GATO NO JARDIM, de Tânia Souza

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LANÇAMENTO DA EDITORA ESTRONHO: UM GATO NO JARDIM,  de Tânia Souza Conhecida pelos seus contos de terror, a escritora sul-mato-grossense Tânia Souza dedica-se, também, à literatura infantil. Recentemente, Tânia, numa belíssima parceria com o artista plástico paulista Lucas Zavagli , lançou o livro "Um gato no jardim", publicado pela Editora Estronho. A história de uma história, segundo Tânia Souza: — " Um Gato no Jardim nasceu de um encontro com um gatinho (fofo) na calçada. Naquela tarde, um felino de olhos doces e grandes passeava pela rua, magrinho e com os pelos espantados, era impossível não ver o encanto da criaturinha. Era um gatinho preto. Por acaso, ouvi uma pessoa dizer que gatinhos pretos trazem azar. O tempo foi passando e mais de uma vez, ouvi e vi reaçõe s parecidas. Descobri que muitos gatos pretos sofrem com a rejeição devido a essa má fama. Escrevi esta poesia, li com meus alunos, divulguei e finalmente, encontrei alguém que me ajud

NOVAS POSTAGENS DO BLOG LITTERATUS - Contos de Khalil Gibran, Giovanni Boccaccio e Oscar Wilde

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NOVAS POSTAGENS DO BLOG LITTERATUS   Contos de Khalil Gibran , Giovanni Boccaccio e Oscar Wilde Confiram no Blog LITERATUS  as novas postagens de clássicos da literatura: O REI  SÁBIO , de Khalil Gibran, uma fábula maravilhosa sobre sanidade e loucura (ou vice-versa);  ALIBECH E FREI RÚSTICO , de Givanni Boccaccio, um delicioso e hilariante conto em que uma inocente donzela se torna eremita e, vindo a morar com o Frei Rústico, por ele é ensinada como reenviar o Diabo ao Inferno. Um episódio licencioso do Decamerão, e  O AMIGO DEVOTADO , de Oscar Wilde, um belíssimo apólogo sobra e a exploração dos inocentes e puros do coração.

A VOLTA DE IMREY - Conto Clássico de Terror - Rudyard Kipling

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A VOLTA DE IMREY Rudyard Kipling (1865 – 1936) Tradução de Alfredo Ferreira (1865 – 1942) The doors were wide, the story saith, Out of the night came the patient wraith. He might not speak, and he could not stir A hair of the Baron's miniver. Speechless and strengthless, a shadow thin, He roved the castle to find his kin. And oh! 'twas a piteous sight to see The dumb ghost follow his enemy !   The Baron Imray levara a cabo o impossível. Sem avisar, sem motivo concebível, em plena mocidade, no limiar da carreira, preferira desaparecer do mundo. Quer dizer, da pequena estação indiana onde vivia. Na véspera, estava vivo, com saúde, feliz e em grande evidência entre as mesas de bilhar de seu clube. Na manhã seguinte, desaparecera e nenhuma busca pôde revelar onde estava. Sumira dos lugares habituais. Não aparecera no escritório na hora costumeira e seu docar [1] não fora visto nas vias públicas. Por isso e porque estava embaraçando, em p

LUA CHEIA - Conto de Terror - Paulo Soriano

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LUA CHEIA Por Paulo Soriano 1 O homem do carro da frente olhou para o retrovisor e viu que Wolf estava aterrorizado. O seu semblante era de puro pânico. Wolf acabara de sair de seu velho Astra azul-marinho e agora vasculhava o céu com um olhar de urgência. O plenilúnio estava prestes a ocorrer. — Como fui imprudente! Como pude me esquecer que hoje é véspera de feriado? — exasperado, Wolf gritou como se fosse um insano. Uma longa fila de carros não saía do lugar há mais de quarenta minutos e Wolf agora tinha certeza de que não iria conseguir. Há muitos anos, Lupus Wolf comprara um apartamento na periferia da cidade, bem distante da confortável casa onde montara residência. Mas somente utilizava “a Fortaleza” a  cada vinte e nove dias. Deveria estar nela, agora. Deveria estar trancado no quarto de segurança, aguardando a dolorosa transformação imposta pelos humores nefandos da Lua. O quarto pequeno e sem janelas custara uma fortuna. Possuía isolamento acústico e as