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Mostrando postagens de janeiro, 2019

A NOITE - Conto Clássico Fantástico - Guy de Maupassant

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A NOITE (Um Pesadelo) Guy de Maupassant (1850 – 1893) Tenho paixão pela noite. Adoro-a como se adora a terra natal ou a amante, com amor instintivo, profundo, invencível. Amo-a com todos os meus sentidos, com os olhos que a veem, com o olfato que a respira, com os ouvidos que lhe escutam o silêncio, com toda a carne acariciada pelas trevas. As andorinhas cantam ao sol, no ar azul, no ar quente, no ar leve das manhãs claras. O mocho voa nas trevas; é mancha negra que passa no espaço aéreo, e alegre, embriagado pela imensidade negra, ergue seu grito vibrante e sinistro. O dia me cansa e aborrece. É brutal e ruidoso. Levanto-me com dificuldade, visto-me devagar, saio pesaroso. E cada passo, cada movimento, cada gesto, cada palavra, cada pensamento me fatiga como se suspendesse um peso enorme. Porém, quando o sol transmonta, uma alegria vaga, uma alegria em todo o corpo me invade. Desperto e me animo. As trevas aumentam e me sinto outro, mais, moço, mais forte, mais v

HISTÓRIA DE UM MARIDO ASSASSINADO - Conto Clássico de Terror - Charles Nodier

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HISTÓRIA DE UM MARIDO ASSASSINADO Que retornou da morte em busca de vingança. Por Charles Nodier (1780 – 1844) Tradução de Paulo Soriano O Sr. de la Courtinière, um fidalgo bretão, passava a maior parte de seu tempo caçando em seus bosques e visitando os amigos.   Certa feita, acolheu em seu castelo vários senhores, vizinhos e parentes, e os tratou magnificamente por três ou quatro dias. Quando os convivas partiram, travou-se uma pequena discussão entre o Sr.   de la Courtinière e sua esposa: considerava o cavalheiro que a sua consorte não tratara cortesmente os convidados. Ele, todavia, admoestou-a com palavras gentis e sinceras, que não deveriam tê-la irritado. Mas esta senhora, sendo de arrogante índole, não respondeu. Resolveu, contudo, intimamente, partir para a vingança. Naquela noite, o Sr. de la Courtinière, muito cansado, recolheu-se duas horas antes do habitual. Adormeceu profundamente. Chegando a hora em que costumava deitar-se, a dama percebeu que o ma

O MAJOR E OS FALSOS FANTASMAS - Conto Clássico de Mistério - Walter Scott

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O MAJOR E OS FALSOS FANTASMAS Walter Scott (1771 – 1832) O fidalgo proprietário de certo palácio antigo, nos confins da Hungria, quis dar uma festa digna da sua qualidade e da grandeza do antigo solar em que habitava. Os hóspedes necessariamente foram muitos, e entre eles se achou um oficial de hussardos conhecido pela sua bravura e coragem. Tendo-se feito todos os arranjos necessários para que os convidados passassem ali a noite, disseram ao oficial, que, com dificuldade, se poderia acomodar toda a gente no palácio, a não haver alguém que quisesse dormir em um quarto habitado por fantasmas. E, sabendo-se que ele não era medroso, lhe propuseram ocupar o quarto enquanto se demorasse no palácio, como a pessoa que ali menos incomodada seria. O major agradeceu a preferência que dele se fazia, e, tendo-se demorado até alta noite nos divertimentos da companhia, se retirou depois ao seu quarto, jurando vingar-se de todo aquele que se atrevesse a incomodá-lo, ameaça que tod

LANÇAMENTO DA FREE BOOKS EDITORA VIRTUAL: O BACILO ROUBADO, DE H. G. WELLS

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O BACILO ROUBADO (Em E-pub, MOBI e PDF) Leia gratuita e confortavelmente em seu dispositivo móvel o conto de ficção científica de H. G. Wells publicado pela Free Books Editora Virtual.  Adquira gratuitamente o seu  e-book  clicando abaixo: FREE BOOKS EDITORA VIRTUAL O objetivo de  Free Books Editora Virtual  consiste em publicar e disponibilizar gratuitamente obras em prosa de autores brasileiros ou estrangeiros em língua portuguesa. ​Além disto,  a editora virtual publica obras clássicas, escritas por grandes mestres da Literatura Universal.  As suas  traduções são originais ou de tradutores cuja obra está em domínio público.

A DAMA DA ROSA BRANCA - Conto Clássico de Terror - Anônimo do séc. XX

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A DAMA DA ROSA BRANCA Anônimo do séc. XX Embora pareça conto, não é, mesmo que o protagonista do caso, quando o narrava, o fizesse cheio de uma funda emoção, recordando a indubitável realidade do acontecimento. Deu-se o fato com um jovem diplomata alemão, que vivia em Madri durante os turbulentos dias em que o conde de São Luiz concitava sobre sua pessoa as iras liberais e preparava um grande movimento revolucionário, que se esperava a todo momento. Nessa sociedade, de uma aristocracia e distinção sem par, sentia-se encantado o diplomata alemão, porquanto bem recebido e tratado em toda parte. Era amigo das mais esplêndidas belezas; da duquesa Angela de Medinaceli, a morena andaluza; de Maria Bushentai a espirituosa, e de Carolina Coronacio, a insigne poetisa. Osuna e Salamanca tinham para ele um lugar em sua mesa, em sua carruagem e em seu palco. Uma noite, havia baile de máscaras no Real. O diplomata, a quem a princípio havia divertido o espetáculo do salão cheio d