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TRÊS DOMINGOS NUMA SEMANA - Conto Insólito - Edgar Allan Poe

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TRÊS DOMINGOS NUMA SEMANA Edgar Allan Pöe Tradução de autor anônimo do início do séc. XX. — Sem coração, estúpido, maníaco, rançoso, velho, selvagem! — dizia eu, com os meus botões, uma tarde, endereçando essas palavras ao meu tio Rumgudgeon, a quem eu ameaçava com a mão fechada na imaginação. Oh! Somente na imaginação! O fato é que havia alguma contradição entre o que eu dizia e o que não tinha coragem de dizer, entre o que fazia e o que tinha vontade de fazer. O velho lobo do mar, quando abri a porta da sala, estava sentado, com os pés sobre a laje da lareira, tendo à mão um cálix de vinho do Porto, e pondo em prática o rifão: Enche o teu copo vazio! Esvazia o teu copo cheio! — Meu querido tio — disse-lhe, fechando delicadamente a porta, e aproximando-me dele com o meu sorriso mais sedutor —, o senhor sempre tem dado provas duma tal bondade, de uma tal indulgência... tem mostrado tantas vezes... em tantas ocasiões... a sua benevolência para comigo, que... que... sinto pe

O ANEL DE NOIVADO - Conto de Terror - Sadi Pierozan

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O ANEL DE NOIVADO Sadi Pierozan Convém de pronto deixar consignado o alerta de que não prossiga com a leitura deste depoimento todo aquele cuja suscetibilidade de espírito tiver um resquício a mais de propensão, por mínimo que seja, ao exacerbamento. Creio mesmo que me faltarão palavras — e não sei se as há — que alcancem expressar a exata dimensão do terror que a lembrança dos fatos que darei a conhecer nesta narrativa me traz. Ainda assim, aquelas que encontro no meu escasso vocabulário poderão causar desconforto, tanto mais quanto maior a sensibilidade que o leitor carrega à alma. Durante muito tempo da minha vida, motivado por um medo ancestral por tudo o quanto diz respeito às coisas do além, guardei considerável distância dos cemitérios. Tudo mudou no dia em que, premido pela necessidade de sobrevivência, não encontrando outra forma de ganhar a vida que coubesse na minha parca instrução, aceitei o emprego de zelador em um cemitério afastado da cidade. Nada sucedeu

O SUPLÍCIO DE BLANCHE MONNIER - Narrativa Verídica de Horror - Anônimo do séc. XIX

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O SUPLÍCIO DE BLANCHE MONNIER Anônimo do séc. XIX De uma crônica de Paris extraímos o que se vai ler: “ A imprensa está cheia de horrorosos detalhes sobre a reclusão, num cárcere privado durante trinta e cinco anos, da Srta. Blanche Monnier, em Poitiers, na rua da Visitation n. 23, 2º andar. A denúncia chegou às mãos da polícia em carta anônima e o comissário central se dirigiu à residência de madame Monnier, velha quase milionária e de uma avareza inqualificável. A Sra. Monier não lhe quis abrir a porta e a autoridade entendeu-se com o Sr. Monnier, irmão da vítima, homem de importância, rico doutor em Direito, muito chegado à igreja e ex-subprefeito do departamento. Em companhia do filho de madame Monnier, o representante da lei penetrou no lugar em que tinham encerrado a Srta. Blanche, hoje de 54 anos 1 de idade, num pequeno quarto no pátio interno da casa. Blanche Monnier jovem. A escuridão era completa: a janela no alto, única abertura que havia na parede, exce