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Mostrando postagens de setembro, 2022

O DESAPARECIMENTO DE HONORÉ SUBRAC - Conto Clássico de Terror - Guillaume Apollinaire

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O DESAPARECIMENTO DE HONORÉ SUBRAC Guillaume Apollinaire (1880 – 1918) Tradução de Paulo Soriano   Apesar das mais meticulosas buscas, a polícia não conseguiu desvendar o mistério do desaparecimento de Honoré Subrac. Ele era meu amigo e, como eu sabia a verdade sobre o seu caso, fiz questão de pôr a justiça a par do que que havia acontecido. O juiz, que colheu as minhas declarações, depois de ouvir o meu relato, assumiu um tom de tão assustada polidez que eu não tive dificuldade de entender que ele me tomava por louco. Eu lhe disse isto. Ele ficou ainda mais cortês e, levantando-se, empurrou-me para a porta, e eu vi o seu escrivão, de pé, com os punhos cerrados, pronto para saltar sobre mim, caso se eu agisse como um ensandecido. Eu não insisti. O caso de Honoré Subrac é, de fato, tão estranho que a verdade parece inacreditável. Soubemos, pelas notícias dos jornais, que Subrac passava por original. Fosse inverno ou verão, estava ele sempre vestido somente com um grand

A MÃO DO MACACO - Conto Clássico de Terror - W. W. Jacobs

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  A MÃO DO MACACO W. W. Jacobs (1863 - 1943) Tradução de Paulo Soriano     Romancista e contista inglês, W. W. Jacobs (1863 – 1943), malgrado tenha se dedicado precipuamente ao humor, é conhecido sobretudo pela obra “A Mão do Macaco”. Este conto — uma das mais famosas narrativas de terror já escrita — foi publicado originariamente na coletânea “A Dama da Barca”, de 1892, mas continua a atrair admiradores nos dias atuais, dentre eles o célebre romancista norte-americano Stephen King.  Na breve narrativa, uma mão mumificada de macaco constitui-se num amuleto que tem o poder de conceder, a quem a possui, três desejos. Mas, por interferir na ordem natural dos acontecimentos, os desejos são satisfeitos a um alto — e terrível — preço.   Lá fora, a noite estava fria e úmida , mas, na pequena sala de Laburnam Villa, os postigos estavam cerrados e o fogo ardia intensamente. Pai e filho jogavam xadrez. O primeiro tinha ideias próprias sobre o jogo que envolviam mudanças r

O MARINHEIRO DE AMSTERDÃ - Conto Clássico de Horror - Guillaume Apollinaire

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O MARINHEIRO DE AMESTERDÃ Guillaume Apollinaire (1880 – 1918) Tradução de Paulo Soriano   I   O brigue holandês Alkmaar retornava de Java carregado de especiarias e outros gêneros preciosos. Fez escala em Southampton e os marinheiros tiveram permissão para desembarcar. Um deles, Hendrijk Wersteeg, carregava um macaquinho no ombro direito, um papagaio no esquerdo e, cruzando o peito, um fardo de tecidos de tecidos indianos, que pretendia vender na cidade, juntamente com os animais. Era o início da primavera e anoitecia cedo. Hendrijk Wersteeg caminhava rapidamente pelas ruas um tanto brumosas, iluminadas apenas pela luz do gás. O marinheiro pensava no seu próximo regresso a Amsterdã, em sua mãe, a quem não via há três anos, e em sua noiva, que o esperava em Monikedam. Calculava o dinheiro que obteria com os animais e os tecidos, procurando uma loja onde vender aquelas exóticas mercadorias. Na Above Bar Street, um cavalheiro muito bem-vestido o abordou, pergunt