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Mostrando postagens de julho, 2023

LANÇAMENTO DE 'CÃES DOS DEMÔNIOS E OUTRAS HISTÓRIAS SOBRENATURAIS' - ANTONIO DE TORQUEMADA - FREE BOOKS EDITORA

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  OS CÃES DO DEMÔNIOS E OUTRAS HISTÓRIAS SOBRENATURAIS de ANTÔNIO DE TORQUEMADA     A presente coletânea reúne dez nar­rativas do “Jardim de Flores Curio­sas”, do prosador leonês Antonio de Torquemada (c. 1507 — 1569), miscelânea que, publicada em 1570, discorre so­bre fenômenos sobrenaturais, fantas­mas, entes monstruosos, bruxos e lobiso­mens, dentre outras excentricidades.   Animado pelo espírito renascen­tista, Torquemada revive, no século XVI, a excêntrica experiência pa­radoxográfica da antiga Grécia, da qual Apolônio de Afrodísias e Flégon de Tra­les foram os principais expoentes. Não foi à toa, por­tanto, que o livro — muito difundido e admirado em sua época — caiu em des­graça, após a censura imposta pela Inquisição.     Tradução de Paulo Soriano   Título: Os Cães dos Demônios e outras Histórias Sobrenaturais. Autor: Antonio de Torquemada (c. 1507 - 1569). Tradutor: Paulo Soriano Editora: Free Books Editora Virtual. ...

ALFONSINA - Conto Sobrenatural - Ângelo Brea

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  ALFONSINA Ângelo Brea   O dia tinha sido especialmente caloroso. O mês de agosto avançava lentamente, repleto de tardes plácidas e céus invariavelmente radiantes, sempre de um azul luminoso e sem apenas nuvens durante dias a fio.  Tinha decidido ir até a praia, para aliviar assim o calor. Desfrutaria da aragem marinha, sempre refrescante, e caminharia de pés descalços pela areia molhada, ali onde o mar e a terra se beijam com desespero. Como sou pessoa precavida, colocara no congelador, antes de me deitar, uma garrafa de água, das de litro e meio. Tive a precaução de tirar uma pequena quantidade do interior, porque ao se congelar a água poda fazer estourar a garrafa. Também preparei, durante a manhã, algo de comer, mais com o intuito de passar o tempo na praia, do que por ter realmente fome. Também comprei uns refrescos sem açúcar. Coloque num tupper uns cubos de gelo, para as bebidas. E, como não? Levei uma caneta e um caderno. Eu sem uma caneta na mão sinto-me sem al...

A ASSEMBLEIA DOS FRADES DEFUNTOS - Narrativa Clássica Sobrenatural - Pierre le Vénérable

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  A ASSEMBLEIA DOS FRADES DEFUNTOS Pierre le Vénérable (1092? – 1156)   Embora seja comum que se narrem histórias mais elaboradas sobre aparições de mortos, deixai-me contar algo que aconteceu recentemente, no mesmo ano em que escrevo. Na noite da vigília do nascimento de Nosso Senhor, quando se canta Sanctificamini Hodie , um jovem noviço permanecia, no dormitório dos frades em Carumlocum, acordado, inquieto e incapaz de conciliar o sono Ao amanhecer, de repente, ele viu que um frade idoso subia os degraus do dormitório e seguia em sua direção. Reconheceu-o como Achardus, um antigo prior do mosteiro, que havia morrido há alguns anos, e que, na verdade, era seu próprio tio: o noviço era filho do irmão do prior Achardus. O velho homem rumou diretamente a ele, sentando-se num banco que havia ao lado da cama do rapaz. Com a aparição estava outro ex-prior, o muito amado Guillelmus, também falecido. Embora o noviço jamais houvesse visto aqueles homens, ele prontamente...

TERRÍVEL OBJETO LÚDICO - Narrativa Clásica e Verídica de Horror - Anônimo do Séc. XIX

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  TERRÍVEL OBJETO LÚDICO Anônimo do séc. XIX   É mesmo aqui, na casa do subdelegado do polícia, e sob a pressão do um fato sumamente horroroso, que lhe faço estas duas linhas, e peço que lhe dê a publicidade devida como um acontecimento ainda virgem na história da espécie humana. Chegava do nosso sítio a esta povoação, quando vi que, na porta do subdelegado, se agrupava uma multidão de povo (por ser hoje dia de feira) e, por espírito de curiosidade, aproximei-me também. Entrando na casa, vi sobre a mesa uma criança morta, tendo a mão direita decepada pela junta e arrancadas à ponta de faca todas as unhas dos pés. Junto a essa infeliz criatura, acham-se o pai e mãe que, transidos de dor e afogados em pranto, contavam, entre soluços e gemidos do coração, o seguinte fato. Dizia a desditosa mãe: — Há quatro ou cinco dias, notava eu que no sítio Riacho Seco, onde moramos, aparecia, alta noite, um vulto, que rondava a pequena casinha em que habitamos, sem porta alguma,...

UMA CORRIDA INCONCLUSA - Conto Clássico Verídico Sobrenatural - Ambrose Bierce

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  UMA CORRIDA INCONCLUSA Ambrose Bierce (1842 – 1914?) Tradução de Paulo Soriano   James Burne Worson era um sapateiro residente em Leamington, Warwickshire, Inglaterra. Tinha ele uma pequena oficina, situada numa das vias secundárias à estrada para Warwick.   Malgrado, como muitos ingleses de sua classe, fosse um tanto inclinado às bebidas, Worson, dentro de seu humilde círculo, era considerado um homem honesto. Mas, quando embriagado, fazia apostas fúteis. Em uma dessas ocasiões — aliás, muito frequentes —, ele se vangloriava de suas proezas como andarilho e atleta, e o resultado foi um confronto contra a natureza. Por uma aposta de uma libra, comprometeu-se a correr, de ida e volta, até Coventry, percorrendo uma distância um pouco superior a quarenta milhas. Isso foi no dia 3 de setembro de 1873. Ele partiu imediatamente. Seguiram-no, num tílburi ou carroça, a pessoa com quem fizera a aposta — cujo nome não é lembrado —, Barham Wise, um vendedor de tecidos, e...

O FANTASMA DA NEVE - Conto Clássico de Terror - Richard Gordon Smith

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  O FANTASMA DA NEVE Richard Gordon Smith (1858 – 1918) Tradução de Paulo Soriano     Na província de Echigo, em frente à Ilha de Sado, no Mar do Japão, a neve cai pesadamente. Às vezes, acumulam-se sete metros acima do chão. Muitas foram as pessoas que sepultadas pela neve, cujos corpos não foram encontrados até a primavera. Há muitos anos, três companhias de soldados, com exceção de três ou quatro homens, foram dizimadas em Aowomori.   E passaram-se muitas semanas até que fossem desenterrados. Evidentemente, estavam todos mortos. Naturalmente, os desaparecimentos misteriosos dão origem a fantasias em um povo imaginoso, e desde os tempos imemoriais os Fantasmas da Neve animam a imaginação dos povos do Norte, enquanto os do Sul dizem que os nortistas tomam tanto saquê que tomam por mulheres as árvores cobertas de neve. Seja como for, devo narrar o que viu um agricultor chamado Kyuzaemon. Na aldeia Hoi, que consistia em apenas onze casebres muito pob...

O BRAÇO DE OURO - Conto Clássico de Terror - Joseph Jacobs

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  O BRAÇO DE OURO Joseph Jacobs (1859 – 1926) Tradução e adaptação de Paulo Soriano   Era uma vez um homem que percorria todo o país à procura de uma consorte. Conheceu mulheres jovens e velhas, ricas e pobres, atraentes e insossas, mas não conseguiu encontrar nenhuma que lhe fosse do agrado. Por fim, encontrou uma jovem mulher, bela e rica, dona de um braço direito de ouro maciço. Prontamente, casou-se com ela e pensou que não havia no mundo alguém tão afortunado quanto ele. Juntos, viveram felizes. Todavia — malgrado se esforçasse em que ninguém soubesse disso —, o homem nutria maior afeição não à mulher, mas ao braço de que ela era dona. Por fim, ela morreu. O marido, no funeral, vestiu o traje mais lutuoso possível e fez a cara mais triste do mundo. Todavia, terminada a farsa, levantou-se no meio da noite, desenterrou o corpo da defunta e cortou-lhe o braço de ouro. Apressou-se, então, em ir para casa e esconder o seu tesouro. Julgou que ninguém saberia d...

DE PRESENTE, UM CADÁVER - Conto de Mistério - Alexandre Braga

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  DE PRESENTE, UM CADÁVER [1]     Para o meu amigo Vicento Hughes, em memória aos bons contos policiais.   Às vezes, é verdade; às vezes, é só uma mentira bem contada, baseada em situações irreais, mas que, sob as circunstâncias do momento, poderiam acontecer. — Provérbio Hitaísta.     Tasrro se lembrava bem. Já no decorrer da década do retorno de Adrag, O Senhor do Caos e da Destruição, sua vida começara a desandar, acompanhando o rumo que o mundo parecia ter tomado. Ele só não sabia. Sua mãe bem que avisou. Seus irmãos. Todos o alertaram para o mesmo fato: que o seu casamento com Ramara, fadado ao fracasso desde o começo, uma hora culminaria em desastre. E foi exatamente o que aconteceu. Entretanto, demorou pelo menos uns dez anos para entender a real profundidade daquelas palavras. Havia total verdade nelas. Isso com certeza explicava por que Ramara o havia deixado por outro, justo quando o casamento parecia florescer. “Meu novo homem é ma...