O VAMPIRO DO CASTELO DE BRAM - Conto de Terror - Paulo Soriano
O VAMPIRO DO CASTELO DE BRAM Paulo Soriano 1 O peso opressivo do luar, incidindo sobre os meus longos cabelos negros, escorria, num fluxo impiedoso, caudaloso, nos meus ombros, impelindo-me para frente, como se eu estivesse tocada pelo vento que precede as mais violentas tempestades. Eu caminhava sozinha — descalça e andrajosa — por uma estrada milenar, aberta pelos eslavos, mas pavimentada pelos romanos, que ladeia os vales relvosos, salpicados de árvores agulhosas. Sobre esses extensos vales, as montanhas escarpadas deitam, eternamente, as suas sombras melancólicas, que azulam e amolecem ao luar. Eu saíra de Vesta Verde quando anoitecera, já corroída pela fome e pelo cansaço. A fria madrugada grassava e eu precisava buscar um refúgio para um merecido descanso. Eu devia ter, de alguma forma, errado o caminho. Porque, sob os meus pés descalços, a estrada ganhara uma aspereza incomum, serpenteando para cima, galgando as encostas de uma montanha c...