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Mostrando postagens de março, 2020

OS CAMINHOS QUE TOMAMOS - Conto Fantástico - O. Henry

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OS CAMINHOS QUE TOMAMOS O. Henry (1862 – 1910) Tradução de Fernando Pessoa (1888 – 1935) O. Henry (1862 — 1910), nascido William Sydney Porter em Greensboro, Carolina do Norte, Estados Unidos, é um dos maiores nomes do conto universal. Muito popular em seu tempo, deixou contos antológicos, ainda hoje muito apreciados, como “O Presente dos Magos” e “A Última Folha”. A tradução, ora apresentada, de “O Caminho que Tomamos” (“ The Roads We Take ”), conto fantástico, é de autoria do poeta português Fernando Pessoa (1888 — 1935) e foi publicada na revista Athena, vol. I, entre os anos de 1924 e 1925.   Vinte milhas para oeste de Tucson o rápido [1] parou ao pé de um depósito para tomar água. Além deste líquido, porém, a máquina daquele comboio adquiriu também outras coisas que lhe não convinham. Enquanto o fogueiro estava baixando a mangueira de alimentação, o Bob Tidball, o Dodson “Tubarão” e um índio de raça cruzada chamado João Cão Grande treparam para a

O MISTERIOSO SR. ETIENNE - Conto Clássico de Horror - Paul Doffus

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O MISTERIOSO SR. ÉTIENNE Paul Doffus (1867 — 1849) A senhorita Cabri entrou para a Opera em 1787, pouco mais ou menos. Devia ter quinze anos, e é mesmo de acreditar-se que os tivesse. Em 1793, continuava a figurar, modestamente, nos bailados sem que prometesse chegar à consideração de uma estrela de primeira grandeza. Por isso, a chamada grande tempestade revolucionaria não lhe causou abalo. Cabri dançava no Triunfo da Republica , na Apoteose de Marat ou na Toitlon , submetida do mesmo modo que tinha dançado ou figurado nas Macieiras e o Moinho , nos Pretendidos ou no Feliz Estratagema . O seu sorriso era o mesmo, como as mesmas eram a sua ligeireza e graça. Encurvar os braços no espaço e saltitar com os pezinhos eram a sua vida, e Cabri punha os braços em meneios circulares, e saltitava do mesmo modo, quer se tratasse de representar a ingenuidade alegre dos burgueses em dia de festa, quer a comoção das virgens republicanas acabrunhadas pela morte do “Amigo do Povo”.

O HORLA - Conto Clássico de Terror - Guy de Maupassant

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O HORLA (Versão de 1886) Guy de Maupassant (1850 – 1893) O doutor Marrande, o mais ilustre e o mais eminente dos alienistas, tinha convidado três de seus colegas e quatro sábios, que se ocupavam com as ciências naturais, para passarem uma hora em sua companhia, na casa de saúde de que ele era o diretor, onde pretendia mostrar-lhes um de seus doentes. Logo que os amigos chegaram, disse-lhes:   — Vou mostrar-lhes o caso mais bizarro e mais inquietador que já encontrei.   E nada lhes direi do meu cliente. Ele mesmo falará. E o doutor tocou a campainha. Um criado fez entrar um homem. Este era muito magro, de uma magreza cadavérica, como são magros certos doidos devorados por um pensamento, porque o pensamento doentio consome a carne do corpo mais que a febre e a tuberculose. Depois de cumprimentar e sentar-se, ele disse: — Meus senhores, eu sei que por que estão aqui reunidos, e estou pronto a contar-lhes a minha história, satisfazendo o pedido de meu