ESPÉCIME - Conto de Terror - Alex Rebonato
ESPÉCIME (Alex Rebonato, Menção Honrosa do Concurso Literário Bram Stoker de Contos de Terror) Consigo abrir um pouco os olhos, mas o que vejo me assombra mais do que os pesadelos obscuros que infestam a escuridão do meu sono constante. Não há janelas, apenas grades e, depois delas, paredes. As luzes são poucas e não revelam nada. As sensações se confundem. Meus sentidos dormentes são, inicialmente, tão misteriosos quanto o homem mascarado que aparece sempre quando desperto e, logo, me põe de novo para dormir. A escuridão avança lenta e constante. Os raros momentos de lucidez começam confusos. Lembranças. É nisso que procuro me concentrar. No começo. Como, diabos, fui parar nessa situação? É difícil retomar o raciocínio quando acordo. Sei que logo alguém virá, e vou ser posto para dormir sem chance de conversa. Sei quem sou, embora não me lembre de detalhes. Não consigo me lembrar do meu nome, ou do nome dela. Consigo ver seu rosto claramente. Ela sorria ale