Postagens

LANÇAMENTO DE FREE BOOKS EDITORA VIRTUAL - HISTÓRIAS CHINESAS SOBRENATURAIS - Autores Anônimos

Imagem
HISTÓRIAS CHINESAS SOBRENATURAIS Breves contos tradicionais chineses reúnem-se neste opúsculo, que transborda toda a tradição sobrenatural de uma das mais antigas civilizações do mundo. Coligidas e traduzidas ao francês pelo sinólogo   Léon Wieger , as histórias chinesas sobrenaturais foram vertidas ao português por Paulo Soriano. Título: Histórias Chinesas Sobrenaturais . Autoria : Diversos autores anônimos chineses. Fonte: Folk-lore Chinois Moderne, de Léon Wieger (1856 – 1933), 1909. Versão em português: Paulo Soriano, exceto “A Cabeça da Defunta”, de autor anônimo do séc XX . Imagem da capa e do miolo: Sabrina Belle (Pixabay). Editora: Free Books Editora Virtual. Ano de Publicação: 2025. Para baixar gratuitamente o exemplar, clique AQUI .  

ANGÉLICO CELESTE - Conto Clássico de Terror - Rui Miranda e Silva

Imagem
ANGÉLICO CELESTE Rui Miranda e Silva (Séc. XX) Há cinco anos eu o conheci. Angélico Celeste era um cidadão virtuoso, funcionário cumpridor dos deveres, pacífico, ordeiro e um bom cristão. Tinha, porém, uma mania esquisitíssima: — nunca havia deixado de fazer quarto a um defunto. Conhecesse ou não a família do morto, fosse ou não rico ou pobre, aristocrata ou plebeu, sentado em uma cadeira ao lado do caixão estava sempre Angélico Celeste. Com o seu semblante triste, os olhos pretos, pequenos, amendoados, constantemente úmidos, o nariz fino e comprido, um bigode ralo e mal aparado sobre uma boca rasgada, o queixo longo e pontudo sem o menor sinal de barba, metido em uma roupa preta, que brilhava de tanto ser passada a ferro, parecia um parente próximo do falecido. Tanto assim que quase todos os visitantes lhe davam pêsames, tomando-o por membro da família enlutada. Porém, ele, que sempre fora de poucas palavras, recebia as condolências contrito, evitando dar explicações, e continu...

QUEM? — Conto Clássico Trágico - Henri Lavedan

Imagem
QUEM? Henri Lavedan (1859 – 1940) Tradução de autor anônimo do início do séc. XX O conde Jeppi tinha o hábito de, todas as tardes, depois de jantar, sair e passear a pé, durante uma ou duas horas à beira-mar, fumando charuto. Possuidor de um nome ilustre e de uma fortuna enorme, aparentado com as mais antigas famílias do patriciado romano, o conde tinha feito um casamento de amor. Tinha casado havia cinco anos com a filha do príncipe Civela — bela e plácida como um Rafael, loira e imponente como um Ticiano. Espirituoso, elegante, belo, amando e sendo amado, o conde Jeppi não podia deixar de ser completamente feliz. E o era. Durante oito meses, de novembro a junho, residia em Florença, a cidade dos palácios e dos prazeres Na época dos grandes calores, vinha instalar-se em Casamicciola, num chalé todo coberto de trepadeiras, construído nas fraldas da montanha do lado do mar, entre a água azul e o céu azul, um refúgio feito para ler Manzoni e para amar. Ele vivia ali durante o ver...

LINA DE MOSCOU - Conto Clássico Cruel - Felício Terra

Imagem
  LINA DE MOSCOU Felício Terra 1 — Que idade, que religião, que nome?—interrogou o juiz, amarrotando com a mão peluda a denúncia, único documento exigido para autorizar a condenação à morte… — Trinta anos, judia, Lina Petrowski — respondeu a acusada, com voz monótona, quase sem mover os lábios, numa atitude de abandono, fito o olhar nas algemas. Era uma mulher ainda formosa, em cujo rosto empalidecido havia a desgraça cunhado vigorosamente os seus estigmas. Adivinha-se na orla rubra pálpebras o rastro da insônia e na contração da boca descorada a história de alguma velha dor. Assassinara, numa noite só, quatro soldados, que dormiam, e no momento de ser presa fora surpreendida a beijar um punhal, com fervor de alucinada, talvez com requintes de carniceria. — Confessa o crime que lhe imputam? —Perfeitamente; confesso. Matei-os: quatro, apenas. Dormiam. Fui devagarinho, pé ante pé, sem o mínimo ruído, sustando a respiração, e apunhalei-os, sem lhes dar tempo par...

O HORROR - Conto Clássico de Terror - Antonio Monteavaro

Imagem
  O HORROR Antonio Monteavaro (1876 – 1914) Tradução de J. J. de Sá 1 —Acredita, meu bom irmão, é horrível… Não tem outro nome: horrível! Não supus nunca que o martírio se pudesse revestir de tão misteriosas e aterradoras formas. De noite, não há maneira de eu poder dormir, e para poder conciliar de dia o sono, preciso ter alguém perto de mim, a quem possa interrogar, para que sossegue… Se isto durar um mês mais, darei um tiro nos miolos. Depois de exteriorizar os seus receios, Angelo Corbello levou, com mão trêmula, aos lábios, uma forte dose de bromureto de potássio, e ficou por um instante como que abismado numa visão íntima. Era um moço de fraca contextura e fisionomia inquieta, móvel, que dois olhos sombrios, dois olhos de carbúnculo animavam, intensamente afundados nas violáceas arcadas superciliares. Um pequeno bigode louro, caído para as comissuras, lhe sombreava o lábio superior em constante tremura. —Parece mentira, Angelo, que, sabendo tu serem os nervos ...

O ESPECTRO - Conto Clássico Sobrenatural - Medeiros e Albuquerque

Imagem
O ESPECTRO Medeiros e Albuquerque (1867 – 1934) A casa da fazenda era realmente um palácio, onde havia todo o conforto moderno. Havia até muito mais do que conforto: chegava-se ao luxo. O dono da casa dizia sempre que era parente intelectual de um personagem de Eça de Queiroz. Por isso, não faltavam em sua residência mesmo as mais recentes descobertas da ciência moderna. Ao lado do edifício central via-se um barracão enorme, perfeitamente bem-adaptado, onde estava instalado o cinematógrafo, que o pessoal de trabalhadores podia apreciar todas as noites. Havia, também, tanto na morada dos proprietários como em uma grande sala de baile dos empregados, dois grandes aparelhos de radiotelefonia. Ao som de um deles, ou de uma excelente vitrola, dançava quem queria. O fazendeiro estava convencido de que aquele “cinema nosso de todos os dias”, como ele lhe chamava, e aquela sala de baile para os empregados garantiam-lhe melhor a regularidade do serviço do que toda a demais fiscalização....