A PATA DO LOBO - Historieta Clássica de Terror - Stanilas de Guaita
A PATA DO LOBO
Stanilas
de Guaita
(1861
– 1897)
Aconteceu
no ano de 1588, em uma cidade distante duas léguas de Apchon nas altas
montanhas do Auvergne, o seguinte:
Um
gentil-homem, de uma das janelas do seu castelo, viu passar pelas proximidades
um caçador amigo e lhe pediu que, de volta, lhe trouxesse algo de sua caçada.
O
caçador continuou seu caminho através de uma extensa planície e ali se
defrontou com um lobo enorme, contra o qual deu um tiro de arcabuz, sem
conseguir feri-lo, sendo atacado pelo animal, a cujas orelhas se agarrou.
Livrando-se,
contudo, do lobo, recuou, sacou de um enorme facão de mato, que trazia consigo,
e vibrou um golpe na fera, cortando-lhe uma das patas, que guardou no bolso,
depois que o lobo fugiu.
Voltou
ao castelo do gentil homem para dar conta de sua promessa. O castelão pediu-lhe
a parte da caça prometida, e ele, então, metendo a mão no bolso, e julgando que
dali ia tirar a pata, tira uma mão que trazia em um dos dedos um anel de ouro,
que o castelão reconheceu ser de sua esposa.
O
fato não lhe despertou nenhuma desconfiança da mulher, mas, entrando na
cozinha, encontrou-a aquecendo-se junto ao fogão, com o braço na tipoia.
Examinou-a
e verificou que ela estava sem mão.
Interrogou-a
com rigor. Imediatamente, e depois que
já o marido havia confrontado a mão para verificar bem se era mesmo dela, ela
confessou a verdade: ela havia tomado a forma de um lobo e atacado o caçador.
Terminou
seus dias pouco depois, queimada viva em Lion.
Fonte: “A Cigarra”,
edição de junho de 1948.
Tradução de autor
desconhecido.
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