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Mostrando postagens de agosto, 2019

HORROR ORIENTAL NA BIENAL DO RIO - Lua Bueno Cyríaco e Paulo Soriano

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HORROR ORIENTAL NA BIENAL DO RIO Lua Bueno Cyríaco e Paulo Soriano No mundo ocidental, tradicionalmente, as entidades fantasmagóricas, embora muitas vezes assustadoras, não são, necessariamente , maléficas. Antes, prendem-se à matéria em razão de alguma questão não solucionada em vida e se manifestam sob a forma de espectral aparição até que sejam libertadas do fadário opressor. Os entes sobrenaturais orientais, malgrado possam vagar no mundo em busca de uma libertação, são particularmente maléficos . São capazes de materializar-se e de impingir dor e sofrimento às pessoas vivas, e — mesmo — causar-lhes uma morte horrenda e cruel. Outras vezes, o espírito maligno volta energicamente ao corpo inanimado para, reanimada a carne deletéria, trazer morte e destruição aos circunstantes. A vingança devastadora não raramente amima o intento de um espírito que se vê atormentado pela quebra de uma solene promessa que lhe fora feita em vida. Mas não apenas espíritos humanos povoa...

11 E 20 -Conto Clássico de Terror - Medeiros e Albuquerque

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11 E 20 Medeiros e Albuquerque (1867 – 1934) ... O criado que nos servia o jantar acabava de tirar os últimos pratos. Pôs ao centro da mesa um grande jarro cheio de flores e desapareceu discretamente. Cada um de nós tinha perto de si uma xícara de café fumegante. Fazia frio. Lá fora, a chuva caía em jorros. Pensamos um momento em sair dali e ir para a sala de visitas ou para o meu gabinete. O Alberto protestou: — Para quê?! Vamos ficar aqui mesmo. É uma viagem inútil. Estávamos tão bem, que eu só repliquei pelo vago desejo de o contrariar, de, pelo menos, dizer qualquer cousa: — Não me parece que a viagem fosse muito longa; acredito que se gastaria mais tempo em ir ao Polo Norte... O Alberto não respondeu logo. Cortou vagarosamente a ponta do charuto, acendeu-o e soltou um primeiro novelo de fumo... A conversa tinha sido animada durante todo o jantar. Faláramos de tudo: de amor, de literatura, de filosofia e, por fim, de música. Uma narrativa do Lino nos atira...

O CACHORRO PRETO - Conto de Terror - Mauren Guedes Müller

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O CACHORRO PRETO  Mauren Guedes Müller Afonso era um sujeito alegre que vivia contando piadas. Mesmo assim, alguns de seus colegas desconfiavam de que ele guardava algum segredo. Embora fosse bastante comunicativo, recusava-se a falar do próprio passado. E muitos de seus conhecidos não o consideravam possuidor do melhor caráter deste mundo. Todas as noites, depois do trabalho, Afonso ia para um determinado bar e ficava bebendo, petiscando e passando cantadas nas garotas. Normalmente ele era um dos últimos fregueses a deixar o local. Naquela noite, ele foi o último a sair. Um denso nevoeiro dava à rua deserta um aspecto assustador. Meio bêbado, ia tomar o rumo de sua casa quando alguma coisa o fez paralisar-se por uns instantes. Era um cachorro grande, preto, que o encarava com insistência. – Passa! – disse Afonso. Mas o cão não se moveu. Afonso falou mais alto, bateu com o pé no chão, gritou. O animal permaneceu a encará-lo com seus olhos de um tom ...