HARPPE, O MORTO-VIVO - Narrativa Clássica Sobrenatural - Collin de Plancy
HARPPE, O
MORTO-VIVO
Collin de Plancy
(1794 – 1881)
Tradução de Paulo Soriano
Thomas
Bartholin, escritor do século XVII, conta, em homenagem a um antigo mago
chamado Landela, cuja obra jamais foi impressa, a seguinte história,
provavelmente ocorrida entre os séculos XIII e XIV:
Um
homem do Norte chamado Harppe, estando à beira da morte, ordenou que sua
esposa o enterrasse, de pé, em frente à porta da cozinha, para que ele não
perdesse completamente o cheiro dos guisados que lhe eram caros, e pudesse ver,
à vontade, o que estava acontecendo em sua casa.
A
viúva cumpriu dócil e fielmente o que o marido havia ordenado. Poucas semanas
após a morte de Harppe, muitas vezes ele aparecia na forma de um horrível
fantasma que matava os trabalhadores e espancava os vizinhos, e de tal sorte que
ninguém ousava permanecer na aldeia.
Todavia,
um camponês, chamado Olaüs Pa, foi impávido o suficiente para atacar aquele vampiro: deu-lhe um grande golpe com uma
lança, deixando-a mergulhada na ferida aberta.
O
espectro desapareceu e, no dia seguinte, Olaüs abriu-lhe a sepultura. Encontrou
a sua lança no corpo de Harppe, fincada no mesmo lugar onde ele havia atingido a
aparição.
O
cadáver não estava corrompido. Desenterraram-no, queimaram-no e jogaram suas
cinzas no mar. Assim, cessaram as macabras aparições.
Muito bom.
ResponderExcluir