PULSEIRA VERMELHA - Conto de Terror - Marcy Marques
PULSEIRA
VERMELHA
Marcy Marques
Sou
médico, trabalho em um hospital público, o hospital não é especializado, recebe
os mais diversos pacientes nas mais diversas ocorrências.
Costumeiramente
trabalho até tarde, madrugada adentro. As equipes de enfermeiro e limpeza
entram e saem, muitas vezes em meu turno.
Acontece
que numa noite dessas, já cansado de um turno de doze horas ininterruptas,
chega uma ajuda. Tratava-se de uma paciente bem restabelecida, quase de alta,
por assim dizer.
—
Boa noite, doutor, posso ajudar?
—
Oi, querida, aceito sim. Afinal, parece que todos os enfermeiros desapareceram.
Acabou de chegar um paciente muito machucado devido uma queda de motocicleta.
—
Pois não, doutor, o que posso fazer?
—
Os enfermeiros da ambulância já o deixaram na maca e se foram, vamos levá-lo
para a sala de primeiros socorros e vamos limpá-lo.
Assim
foram feitos os primeiros procedimentos no rapaz. Limpo, o levamos para um
quarto.
—
Querida, só mais um favor.
—
Pois não.
—
Faça companhia a ele enquanto vou ao necrotério pegar atestados de óbitos para
assinar.
Tudo
estava tão vazio. Alguns enfermeiros dormindo, pacientes também. Desci ao
necrotério e lá, para minha surpresa e susto, um outro paciente me recebeu, só
que ele estava com a pulseira vermelha.
Fiquei
apavorado e subi as escadas frias num pulo só.
Chegando
ao quarto onde havia deixado a paciente ajudante, estava ofegante:
—
No necrotério um paciente me recebeu e ele estava com a pulseira vermelha no
braço!
—
Mas doutor, o que tem a pulseira vermelha?
—
Ela marca os pacientes que estão mortos.
—Era
uma pulseira dessa aqui? (Ela, então,
estendeu seu braço direito, mostrando uma pulseira vermelha).
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