O BEBÊ-MONSTRO - Narrativa Clássica de Horror - Pedro Norberto de Aucourt e Padilha & Francisco de Santa Maria
O BEBÊ-MONSTRO
Pedro Norberto
de Aucourt e Padilha
(Séc. XVIII)
e
Francisco de Santa Maria
(1653 – 1713)
Infinitos
são os extraordinários exemplos, que achamos na história, de mulheres que
pariram bichos e monstros.
No
ano de 1542 nasceu, em 11 de março, em Goa, um monstro de que fazem memória
nossos escritores, e era digno dela pela forma horrível que lhe deu o
desconcerto e extravagância da Natureza.
Nasceu
de uma mulher canarim[1]. Tinha
o corpo comprido, à maneira de bugio[2],
com pouco cabelo nele, mas nas mãos e pés o tinha copioso. O rosto era ao modo
de uma bola, com duas pontas, e orelhas como de cabra, com um só olho. Tanto
que nasceu nas mãos da parteira, deu um grito e se pôs em pé. E pouco depois se
lançou à mãe, que estava deitada, e lhe ferrou os dentes em um peito,
maltratando-a juntamente com as unhas.
O
pai, que também era canarim, o matou logo, cortando-lhe a cabeça.
Fontes:
Raridades
da Natureza,
1758, páginas 140/141.
Ano histórico, Diário
Português, 1744, páginas 428/429.
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