O BARRIL MÁGICO - Conto Clássico Fantástico - Richard Wilhelm
O BARRIL MÁGICO
Richard Wilhelm
(1873 – 1930)
Tradução de Paulo Soriano
Certa
feita, no campo, um homem desencavou um grande barril de terracota. Trazendo-o
para casa, mandou que a esposa o limpasse. Quando a mulher começou a escovar o interior
do barril, este, de repente, começou a se encher de pincéis. Não importava
quantos fossem retirados, pois outros continuaram a tomar os seus lugares. O homem,
então, vendeu os pincéis e a família conseguiu viver com bastante conforto.
De
outra feita, uma moeda, por engano, caiu no barril. Imediatamente, os pincéis desapareceram e o
barril começou a se encher de dinheiro. A família enriqueceu, já que se podia
extrair do barril a quantidade de dinheiro que se quisesse.
Com
o dono da casa, morava um avô. Era um homem velho, fraco e trêmulo. Como não
havia mais nada que o ancião pudesse fazer em casa, o neto o colocou para
trabalhar, obrigando-o a recolher o dinheiro do barril. Mas, quando o velho avô
se cansava, e não conseguia continuar aquela faina, o neto ficava furioso e,
com raiva, gritava com o velho homem, dizendo-lhe que era preguiçoso e não
queria laborar.
Um
dia, porém, as forças do velho se exauriram e ele afundou no barril, morrendo
imediatamente.
De
pronto, o dinheiro desapareceu e todo o barril começou a se encher de avós
mortos. Então, o homem teve que retirar os cadáveres um a um e enterrá-los.
Para cumprir a missão, teve que despender todo o dinheiro que havia recebido. Mas,
ao fim, o barril se partiu, arruinando-se. E homem voltou a ser tão pobre
quanto era antes.
Nota do autor:
“O Barril Mágico” é um conto tradicionalmente narrado. No Norte da China, os
tonéis ou barris de madeira são desconhecidos. Vasos grandes, abertos na parte
superior, de terra ou pedra, são usados para armazenar a água e outros
líquidos.
A ganancia teve um fim
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