LANÇAMENTO DE GROTESCO & ARABESCO - Judas Realmente Traiu Jesus? - Ensaio de Paulo Soriano
JUDAS REALMENTE TRAIU JESUS?
Uma alternativa ao mito da traição
Paulo Soriano
A historicidade da traição de Jesus por seu apóstolo Judas Iscariotes parece ser universalmente aceita entre os historiadores que têm por certa a existência do Nazareno. Afinal — perguntam —, por que motivo os autores dos Evangelhos e dos Atos dos Apóstolos inventariam um episódio tão constrangedor como este? Assim, para a quase totalidade dos especialistas, não pode haver dúvida de que Judas realmente revelou, às autoridades religiosas de Jerusalém, o lugar onde Jesus poderia ser capturado, livre de qualquer interferência de seus seguidores e prosélitos, conforme relatam diversas fontes independentes. Estabelecida como um fato incontestável a traição, a disputa entre os historiadores se desloca para aspectos circunstanciais do episódio, como os motivos que teriam levado o discípulo, íntimo colaborador de Jesus, a entregar o seu mestre às autoridades do Templo de Jerusalém.
Mas o mais antigo registro histórico acerca da ressurreição de Jesus, escrito pelo apóstolo Paulo de Tarso, sugere, todavia, que Judas ainda era contado entre os doze apóstolos originários logo após o drama da Paixão. Isto está a indicar que o rigoroso teólogo cristão, para não muitos o verdadeiro fundador da Igreja de Cristo, e que mantivera contato com Pedro e com o irmão de Jesus, Tiago o Justo, ignorava completamente o relevante incidente da traição. Tal ignorância, que era compartilhada por vários núcleos cristãos primitivos, conforme atestam documentos que datam do segundo século da Era Comum, abre caminho à possibilidade de que o episódio da traição tenha sido elaborado a partir da segunda geração de cristãos para acobertar um fato ainda mais constrangedor: a súbita e humilhante captura do homem que os primeiros cristãos acreditavam ser o esperado Messias e, agora, Redentor da humanidade. Esta constatação deriva, em grande medida, da absoluta desnecessidade de aliciamento, por parte dos chefes dos sacerdotes de Jerusalém, de um dos íntimos seguidores do rabi de Nazaré para localizá-lo e prendê-lo. Além disto, o incidente da traição, ao passo em que promovia a elisão da captura abrupta e surpreendente do Messias dos anais da História, reforçava a crença da origem dravídica de Jesus e, bem assim, da emergente doutrina de que este era o Redentor, o Cordeiro de Deus enviado ao mundo para remissão dos pecados.
Há, portanto, grande possibilidade de que o episódio da traição não passe de um mito. Neste opúsculo, que passa ao largo da tentativa de reabilitar o discípulo milenarmente execrado, há um esforço de elaboração de uma alternativa historicamente plausível daquilo que, abstraída a participação de Judas na captura de seu mestre, aconteceu na véspera da Páscoa (14 nisan) do ano 30.
*
Editora: Grotesco & Arabesco
Autor: Paulo Soriano
Número de Páginas: 88
Edição: 2.a.
Ano: 2025
Formato: PDF
*
Para baixar gratuitamente, clique AQUI.
barão amigo, estou no seu site navegando agora domingo de manhã de sol, na varanda do edifício, notebook na mesinha, acompanhado daquela loira gelada, curtindo o vosso site, navegando nele. E de bermuda e sem camisa, agora você veja que os adoradores do terror, também gostam de dia de sol não de noites escuras rss rss rss
ResponderExcluir