O
PERIGO DE CHEIRAR FLORES
Anônimo
do séc. XIX
Lê-se em um jornal de Nantes:
“Mlle.
Amélia I... residia numa pequena casa de
campo.
Apaixonada
pelas flores, como todas as pessoas da sua idade, pois tinha 19 anos, possuía
um jardim, onde não cessava de fazer ramalhetes.
Um
dia, na forma do seu costume, foi ao jardim, onde o seu primeiro movimento foi
colher uma rosa para a pôr na cabeça, não deixando de cheirá-la primeiro.
Quer
porque tenha aspirado muito forte, quer porque aproximara demasiadamente a rosa ao nariz, sentiu uma espécie de titilação, que, infelizmente para ela, não foi
suficientemente forte para fazê-la espirrar — o que, segundo a declaração de seu
tio, o Dr. T. I..., lhe teria salvado a
vida.
O
fato é que ela não fez caso do incidente. Porém, alguns dias depois,
queixava-se de uma violenta dor de cabeça.
Começou
a não poder dormir, sofrendo dores atrozes.
Foram
chamados muitos médicos, dizendo uns que era uma congestão cerebral e outros um
derrame no cérebro.
Assim
se passaram seis meses em cuidados inúteis da parte da sua família e de sofrimentos
da parte da infeliz jovem que, do fim dos seis meses, perdeu o juízo.
Foi
preciso forrar as paredes e pavimento do seu quarto com colchões, porque ela,
em seu desespero, queria quebrar a cabeça.
Até
se lhe tiraram o leito, com o qual ela poderia realizar o seu funesto desígnio.
A
final morreu, e seu tio pediu e obteve de seu irmão a permissão de fazer uma
autópsia.
Abrindo-lhe
a cabeça, onde residia o mal, observaram-se alguns desarranjos, mas nada
oferecia os sinais característicos da doença que os médicos diziam ter sido a
causa da morte da Amélia.
Quebrou-se
o crânio!
Um
grito de horror escapou de todas as bocas.
O
mistério tão procurado, o mistério que acabava de enlutar uma família, estava
ali... vivo, andando e fugindo!
E o que era?
Era
uma aranha gorda, toda negra, coberta de sangue, e tendo ainda nas pernas
restos dos miolos, alimento de que se nutria desde que penetrara na cabeça da
infeliz jovem, no dia fatal em que esta
aspirou a rosa que lhe devia causar a morte!”
Fontes:
“A Imprensa de Cuyabá”, edição de 9 de junho de 1864; “Publicador Maranhense”,
30 de janeiro de 1864; “Despertador” (SC), 8 de abril de 1864.
Que grata surpresa!! Muito obrigado por disponibilizar essas preciosidades!!
ResponderExcluirNão há de quê, Moisés! Eu agradeço o seu comentário e a sua participação em nosso blog. Continue a nos visitar!
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