A CASA MAL-ASSOMBRADA Plínio, o Jovem 1 (61 ou 62 – 114 d. C.) Havia em Atenas uma casa ampla e confortável, mas de má reputação e perniciosa à saúde. No silêncio da noite, ouviam-se ruídos de ferro e, se se prestava bem atenção, escutava-se o estrépito de correntes, que a princípio parecia vir de longe, mas que, depois, se aproximava paulatinamente. Em seguida, surgia o fantasma de um velho consumido pela fraqueza e pela miséria, de barba longa e cabelos eriçados. Tinha grilhões nos pés e correntes nos pulsos, que ele agitava e sacudia terrivelmente. Em razão da aparição, os moradores da casa passavam, amedrontados, em vigília, tristes e terríveis noites. A prolongada insônia trazia a enfermidade, e esta, intensificada pelo medo, causava a morte, pois, malgrado o espectro não aparecesse durante o dia, a sua memória ficava impressa nos olhos e, assim, o terror se prolongava além das próprias causas. P...
Cruel
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