CHANG KUEI E A MORTA-VIVA - Narrativa Clássica de Terror - Montague Summers
CHANG
KUEI E A MORTA-VIVA
Montague
Summers
(1880
– 1948)
Tradução
de Paulo Soriano
No
ano de 1751, um mensageiro chamado Chang Kuei foi enviado às pressas de Pequim
com um despacho governamental urgente. Tarde da noite, depois de passar por
Liang Hsiang, sobreveio uma violenta tempestade, cujas rajadas de vento
apagaram completamente sua lamparina. Felizmente, ele percebeu, a alguma
distância, uma humilde estalagem e para lá se dirigiu, pois era absolutamente
impossível prosseguir na escuridão. A porta foi aberta por uma jovem mulher, que
o conduziu ao albergue e levou seu cavalo até um pequeno estábulo contíguo.
Naquela
noite, ela o recebeu em sua cama, prometendo colocá-lo no caminho certo ao
amanhecer. Mas, na verdade, o mensageiro só acordou muitas horas depois. Ao
despertar, entorpecido de frio, viu, para a sua surpresa, que estava deitado
sobre uma tumba situada em meio a denso matagal, enquanto seu cavalo jazia
amarrado a uma árvore vizinha.
O
documento somente foi entregue doze horas depois do prazo previsto. Portanto,
interrogado sobre incidente que motivou o seu atraso, Chang Kuei relatou
toda a circunstância. O magistrado ordenou que fossem realizadas investigações
no local e descobriram que uma garota chamada Chang, uma prostituta comum,
havia se enforcado na floresta alguns anos antes. Souberam que várias pessoas
haviam sido atraídas àquele lugar para desfrutar dos favores da defunta, e,
assim, ficaram detidas da mesma forma que o mensageiro imperial.
Logo
ordenaram que o túmulo da jovem Chang fosse aberto. Encontraram o seu corpo
perfeitamente preservado, robusto e de pele rosada, como se a jovem estivesse
apenas embalada num sono suave. Sob a
direção das autoridades, o cadáver foi queimado e aquele local deixou de ser
assombrado.
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