LUZES SEPULCRAIS - Narrativa Clássica Sobrenatural - Catherine Crowe
LUZES SEPULCRAIS
Catherine Crowe
(1803 – 1876)
Tradução de Paulo Soriano
Um
ministro, recém-empossado em seu cargo, estava, certa noite, debruçado sobre o
muro do cemitério da igreja, que ficava ao lado da casa paroquial, quando
observou uma luz pairando sobre um determinado local.
Supondo
o religioso que se tratava de alguém com uma lanterna, abriu o postigo e
avançou para averiguar quem seria. Mas, antes que chegasse ao local, a luz
avançou. Ele a seguiu, mas não conseguiu vislumbrar ninguém. A luz não pairava
muito alto, mas avançava rapidamente pela senda. Entrou num bosque e subiu uma colina, até
desaparecer, finalmente, à porta de uma casa rural.
Incapaz
de compreender a natureza daquela aquela luminosidade, estava o pastor a conjecturar
se faria perguntas na casa lindeira ou se regressaria, quando a luz reapareceu:
parecia sair da casa, acompanhada de outra. Então, passaram os lumes por ele e,
percorrendo o mesmo terreno, ambas as luzes desapareceram no local onde o
ministro observara o fenômeno pela primeira vez.
O
pároco deixou, naquela sepultura, uma marca que lhe permitiria reconhecê-la posteriormente,
e, no dia seguinte, perguntou ao sacristão a quem pertencia aquele sepulcro.
Disse-lhe
o homem — indicando a casa onde a luz havia parado — que o sepulcro pertencia a
uma família, chamada M'D——, que morava no cimo da colina, mas que já fazia um tempo considerável que ninguém era sepultado ali.
O
pastor ficou extremamente surpreso ao saber, no decurso do dia, que uma criança
daquela família havia morrido de escarlatina na noite anterior.
Fonte: The
Night-Side of Nature, 1850.
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