ROSAS DE ADMETE - Conto de Ficção Científica e Horror - Ângelo Brea
ROSAS DE ADMETE
Ângelo Brea
Desde
que a finais do século XX se descobriu o primeiro planeta extrassolar 51 Pegasi
b, a máxima prioridade da comunidade astronómica internacional orientou-se à
descoberta de uma nova Terra. Era como o Santo Graal da investigação espacial.
Nas
primeiras décadas do século XXI, novos telescópios espaciais dotados de
melhores instrumentos óticos, como o Kepler, de venerável lembrança, que
substituíra o ainda mais saudoso Hubble, ou o famoso BPT (Buscador de Planetas
Terrestres), ampliaram enormemente o nosso conhecimento. O BPT constava de dois
elementos essenciais. O primeiro era o Cronógrafo de Luz Visível, que recolhia
a luz da estrela e, depois de focalizá-la, podia bloqueá-la e deixar passar
apenas a luz do planeta. O segundo elemento era o Interferómetro, que captava a
luz recebida e, usando dois ou mais telescópios, conseguia que a luz da estrela
desaparecesse, podendo observar a luz dos planetas próximos a essa estrela.
Estes instrumentos sensacionais, melhorados depois numerosas vezes, acharam
centos e centos de planeta do tipo terrestre que podiam apresentar
características que os fizessem habitáveis para nós. Contudo, as naves
espaciais baseadas na propulsão por meio de combustíveis tradicionais eram tão
lentas que a viagem mesmo até a Alfa Centauro, o sistema de estrelas mais
próximo à Terra, tornava-se praticamente impossível.
Isso
começou a solucionar-se parcialmente quando se começaram a aperfeiçoar as naves
espaciais. A chegada a Marte, nas primeiras décadas do século XXI, implicou o
começo da mudança com respeito ao paradigma aplicado às viagens das naves
lunares Apollo, mas, mesmo assim, eram lentíssimas para colonizar mundos
extrassolares.
O
seguinte passo, aproveitando o chamado vento solar, foi usar grandes velas
despregadas, para viajar a Júpiter, Saturno, Urano e mesmo ao distante Neptuno.
Mas para chegarmos às distantes estrelas, houve que aguardar muito mais. Quando
se conseguiu descobrir a viagem da luz, o sonho de chegarmos a outros planetas
alheios ao Sistema Solar começou a encarar-se como possível.
Para
essa altura, os sistemas óticos e de deteção estavam tão desenvolvidos que se
podia dizer com segurança que se tinham encontrado noventa por cento dos
planetas que orbitavam as estrelas num raio de cem anos-luz e entre os sessenta
e os noventa num raio de cem a trezentos anos-luz de distância.
Até
esse momento, o costume tinha sido denominar os novos planetas com um complexo
código de cifras e letras que para o resto da população mundial virava num
galimatias ininteligível. Isso mudou quando numa reunião da Sociedade
Astronómica Internacional foi proposto renomear todos aqueles planetas que
orbitavam estrelas próximas à Terra com nomes muito mais singelos. A proposta
compartilhava uma venerável tradição: ir ao mundo greco-latino. Mas haveria que
renomear milhares de planetas, começando pelas estrelas mais próximas a nós:
Próxima Centauri, Alfa Centauri A, Alfa Centauri B, a estrela de Barnard, Wolf
359, Lalande 21185, Sirio A, Sirio B, UV Ceti, BL Ceti, Ross 154, Ross 248,
Epsilon Eridani, Lacaille 9352, Ross 128, EZ Aquarii e assim centos de estrelas
situadas a poucos parsecs de distância.
A
proposta era que, para começar, cada planeta levasse o nome de uma oceânide
grega, e ao acabar, o de um rio ou de uma divindade menor. Tendo em conta que
as filhas de Oceano e de Tétis eram umas quatro mil, havia uma boa listagem de
nomes para começar. Desde esse momento, a proposta foi aceite e bem acolhida
pela população mundial, para a qual era impossível seguir a classificação
alfanumérica tradicional.
Tínhamos
agora nomes e planetas, mas apenas um punhado dos situados num raio de cem
anos-luz eram candidatos fiáveis para um assentamento humano permanente.
Naquela altura, já havia uma pequeníssima base humana no subsolo de Mercúrio e
um milhão de pessoas habitava as cidades marcianas, que sempre foi, por assim
dizê-lo, o segundo lugar mais popular depois da Terra. Também havia colónias
nalgumas luas de Júpiter e de Saturno (umas cem mil pessoas), e nas de Urano e
Neptuno (apenas cinco ou seis mil). Mas precisávamos um novo lar para mil
milhões de seres humanos que não cabiam na ultra-habitada Terra, que começava a
tornar-se um lugar difícil para a vida, devido ao efeito estufa e à
superpopulação.
Enviaram-se
centos de sondas espaciais robotizadas à velocidade da luz a todos os planetas
candidatos para albergar seres humanos. Claro que a nova Terra perfeita não
existia algures. Os planetas sempre tinham mais tamanho, mais massa, mais
anidrido carbónico, ou eram demasiado quentes ou demasiado frios, ou estavam
demasiado perto ou demasiado longe dos seus sóis. Em todos havia contratempos,
mas com uma situação tão desesperada, mesmo se começaram a enviar pequenas
colónias a alguns desses planetas. Poucas conseguiram sobreviver e prosperar,
mas ao menos era um começo.
Um
dos planetas a que se enviaram sondas foi Admete. Orbitava uma estrela mais
grande que o nosso Sol, do tipo F, mas emitindo uma maior radiação em
comparação com o nosso. No resto dos planetas desse sistema a vida humana era
inviável, mas em Admete a sonda ficou durante décadas a recolher informação,
que foi enviada pontualmente à Terra. Ali, devido à alta radiação e ao estar
quase no limite da zona habitável, a vida que surgira estava sempre ao fio do
impossível. Mas naquele planeta, de duas vezes e meia a massa da Terra, crescia
uma vegetação parecida à nossa. Realizava perfeitamente a fotossíntese, embora
a atmosfera de Admete tivesse apenas os 14% de oxigénio. As plantas de Admete
eram quase todas de cor vermelha ou laranja escura e havia animais pouco
complexos.
A
planta que mais interessou os investigadores foi a conhecida como rosa de
Admete. Tinha uma particularidade que a fez famosíssima para os humanos: podia
criar um campo elétrico aproveitável e os seus ramos emitiam uma incrível gama
de cores pelos seus gâmetas masculinos e femininos. Eram como árvores de Natal
que, ademais, podiam criar a eletricidade necessária para que os aparelhos de
uma casa funcionassem sem gasto nenhum. Parecia demasiado bom para crê-lo, mas
a informação das ondas não se podia enganar.
Admete
orbita a sua estrela num período equivalente a 33 anos, 4 meses e 23 horas
segundo o horário terrestre. Quando o planeta completava o seu período orbital,
a radiação da estrela reduzia-se 2%, devido à posição da elíptica do planeta e,
aproveitando-o, as rosas de Admete entravam num estado de ebulição, lançando à
atmosfera uma grande quantidade de esporos que colonizavam novas zonas do
planeta. A muitas delas a intensa radiação solar acabava por destruí-las com
facilidade, mas uma de cada dez mil conseguia germinar e criar novas plantas. O
planeta Admete era um possível candidato a albergar uma presença humana, sempre
e quando se conseguisse evitar aquela terrível radiação, o que levou a pensar
na possibilidade de instalar as cidades debaixo da terra.
Quando
se estava a ponto de enviar uma expedição a Admete ocorreu um acontecimento
extraordinário para os seres humanos. Descobriu-se a viagem ultralumínica, até
cem vezes a velocidade da luz. É algo tão complexo que apenas quatro ou cinco
mentes privilegiadas na Terra, para os quais Einstein ou Newton seriam uns
alunos de infantário, podem compreender na sua totalidade. Para utilizar essa
técnica, graças a Deus, não havia que saber como funcionava, simplesmente havia
que saber levar uma nave até a esse lugar. É como ter um carro, não há que
saber como funciona, apenas saber conduzi-lo.
A
nave que iria a Admete foi modificada e o que ia ser uma colónia definitiva,
seria agora uma simples viagem de colheita daquelas plantas extraordinárias.
Até esse momento, as sondas classificaram umas quatrocentas variedades.
Tinham-se em conta a cor base (do vermelho escuro ao laranja claro), a potência
elétrica, a gama de cores das suas luzes, o tipo de flor, a variedade dos
gâmetas, o comprimento dos ramos e os inúmeros tipos de folhas. As rosas de
Admete eram um mundo em si mesmas. Escreveram-se inúmeros livros sobre elas, da
enciclopédia mais complexa até livros eletrónicos de bolso.
A
nave espacial Halle foi a encarregada daquela missão. Apesar de Admete se
encontrar a 98 anos-luz, com a nova viagem ultralumínica, unicamente se
demoraram 357 dias terrestres no trajeto. A descoberta da viagem ultralumínica
era algo colossal!
Os
astronautas da Halle comprovaram o que as sondas tinham recolhido. As rosas de
Admete geravam eletricidade, luz e calor. Não havia uma pessoa que não quisera
ter uma. Até se fizeram bonsais com elas, porque podiam ser podadas, enxertadas
e transplantadas sem perder nenhuma propriedade e tendo a mesma capacidade de
geração de eletricidade, luz e calor do que as plantas originais. Para evitarem
a sua carga elétrica, na viagem de regresso, foram apanhadas unicamente plantas recém-nascidas e pequenos rebentos.
As
rosas de Admete tinham completado a fase de criar esporos apenas dois anos
terrestres antes da chegada dos humanos e não o voltariam a fazer até dentro de
31 anos.
O
que os cientistas não sabiam era se as plantas continuariam criando esporos
noutros planetas longe do seu planeta natal, mas os códigos genéticos da planta
apontavam nessa direção. Era como se o tivessem gravado a lume no cérebro.
Ao
chegarem à Terra seguiu-se um estrito protocolo biológico. Noutros casos,
exigia-se uma quarentena preventiva, mas neste caso ordenou-se realizar uma
quarentena muito mais longa, de quase um ano terrestre. As rosas estudaram-se
até o último aspeto. Mesmo se analisaram os esporos apanhados pelas sondas e
qualquer elemento significativo daquelas plantas extraterrestres. Houve
biólogos que solicitaram que não fossem introduzidas na Terra, temendo o
impacto que poderiam causar. Mas as suas qualidades pareciam superar com muito
as possíveis implicações de tipo ecológico para o ecossistema terrestre.
Passado um ano desde o regresso da Halle, a quarentena preventiva foi
levantada, e milhões de pessoas se lançaram a comprar as famosas rosas de
Admete para comprovarem aquelas incríveis qualidades.
Durante
anos as rosas de Admete foram as plantas mais populares e famosas desta pequena
parte da galáxia explorada pelos humanos, no braço de Órion. Para muitas
pessoas eram como os animais de estimação, mas em planta. Os viveiros
terrestres aproveitaram uma capacidade das rosas de Admete: Ao chegarem à Terra
descobriu-se que este era para elas o planeta ideal. Sem a terrível radiação da
sua estrela e num planeta com tanto oxigénio, as rosas de Admete espalharam-se
alegremente pelo mundo. Nos antigos desertos cálidos, como o Saara, as rosas de
Admete cobriram as dunas e os lugares mais inóspitos de um maravilhoso jardim
edénico. Também conseguiram adaptar-se a desertos frios, como o do Gobi, à
tundra e à taiga de Canadá ou da Sibéria e conviviam sem problemas com as
plantas das poucas florestas amazónicas que sobreviveram. As rosas adaptaram-se
especialmente a Marte e foram cultivadas a milhares para terraformar o planeta.
Conseguiram em vinte anos o que poderia ter levado milénios. Muitos pensavam
que aquelas rosas iam conseguir colonizar para a raça humana o universo
conhecido.
Apenas
foram proibidas nos assentamentos humanos onde não havia atmosfera, devido a
que em espaços fechados e sem atmosfera a sua atividade elétrica criava
curtos-circuitos e problemas nas redes de informação, pelo que a Lua e nas
pequenas colónias das luas de Júpiter e de Saturno não eram permitidas. No
espaço vazio, infelizmente, as rosas de Admete tampouco podem viver, já que as
rosas de Admete precisam de oxigénio ou anidrido carbónico para prosperar, mas
nunca no vazio ou numa temperatura demasiado elevada ou demasiado fria, já que
tinham a mesma tolerância à temperatura que os seres humanos.
Quando
me transladei à Lua por causa do meu trabalho, tive que deixar na Terra a meia
dúzia de rosas de Admete que criara como bonsais. Que saudade tinha delas, com
aquele jogo constante de cores. Ali não tinha que pagar a eletricidade, porque
as rosas me facilitavam grátis toda a que precisava, mas aqui na Lua temos que
utilizar custosos sistemas para conseguir que as pequenas colônias humanas
logrem sobreviver.
Em
quase trinta anos a simbiose perfeita entre os humanos e as rosas de Admete
fora total, prolífica e maravilhosa. Tínhamos luz, eletricidade e calor em
todos os mundos habitados por humanos e em cada um deles as rosas de Admete
estavam emitindo oxigénio à atmosfera, para tornar esses mundos em lugares
perfeitamente habitáveis para os humanos. Em Dóris, por exemplo, os humanos já
podiam viver sem fatos espaciais, num mundo aquoso, com um 26% de massa
continental, respirando a pleno pulmão e com um clima temperado, como numa
segunda Terra. Mais de 50 milhões de pessoas tinham viajado ou estavam a
dirigir-se àquela colónia humana no espaço. Em Dóris tínhamos encontrado a nova
Terra ideal.
Os
humanos íamos assistir agora ao processo de criação de esporos daquelas flores.
Na Terra chegou a pensar-se em reduzir a sua enorme população, porque se cria
que aqueles esporos (que as flores lançavam à atmosfera do seu planeta natal
para conquistar novo espaço vital) iam espalhar centos de milhões de exemplares
pelo mundo, sem que a inócua radiação do nosso Sol as pudesse ameaçar em
absoluto. O bom era que a rosa de Admete podia eliminar-se com enorme
facilidade. Se as queimavas, morriam. Assim de fácil.
Em
Marte, porém, e nos outros planetas colonizados, pensou-se que seria um momento
extraordinário, porque haveria uma enorme floração e uma terraformação em massa
daqueles planetas que estávamos a colonizar.
Segundo
a informação das sondas, o dia em que as rosas de Admete lançariam os seus
esporos ao vento calhava no dia dois de abril, pelo calendário terrestre. Eu,
que nasci em 28 de março, celebrarei o meu aniversário na Lua, atento àquele
processo maravilhoso. De toda a população humana, menos de 1% vive em lugares
onde as rosas de Admete não podiam sobreviver e de onde foram eliminadas pelas
implicações elétricas que ocasionam em lugares sem atmosfera.
No
dia 2 de abril, às doze e três minutos da manhã, pelo horário terrestre de
Greenwich, começou o espetáculo e, ao mesmo tempo, como se tivessem um relógio
universal, em todos os lugares onde aquelas flores viviam, dentro das casas,
nas florestas da Terra, em Marte, na formosa Dóris, na brumosa Clítia, na
montanhosa Métis, na aquosa Tique, na cálida Polidora, na fria Thoe, na
frondosa Galaxaura e assim nos 31 planetas colonizados até ao momento pelos
humanos. Muitas pessoas saíram à rua na Terra para observar aquilo. Apanharam
os formosos esporos multicolores e os guardaram nas algibeiras, em sacas de
plástico, em caixinhas ou nas mãos. O céu encheu-se de pontinhos de luz e na
zona escura da Terra, onde era de noite, o espetáculo foi tão formoso que milhões
de pessoas se emocionaram ao vê-lo. Milhares choraram de emoção. Os esporos,
também agora e em toda a parte, criaram uma toxina antirradiação, espalhando-a
para proteger-se (como se ainda estivessem no difícil ambiente do seu planeta
natal) e começaram a espalhá-la exatamente um par de minutos depois da
floração. Parecia lógico.
Uns
minutos depois da floração dos esporos, quando as toxinas alcançaram a
superfície, morreu a primeira pessoa. Foi uma menina de três anos, chamada Mary
Brown, na superfície do planeta Dóris. Na Terra, a primeira pessoa que morreu
foi um homem de sessenta anos, John Clarke e em Marte uma pessoa chamada
Vicente Rodríguez, de uns quarenta e quatro anos. Que estava a acontecer?
Nos
seguintes cinco minutos começaram a morrer pessoas aos milhares, depois aos
milhões. Nas zonas da Terra onde era de noite, os mesmos que se emocionavam ao
ver as inúmeras luzes dos esporos, caíam agora, ainda a sorrir. Era terrível,
inaudito, aterrador...
Os
esporos das rosas de Admete eram mortais para os humanos. Um milhão de vezes
piores que a peste bubónica ou que a varíola. Um milhão de vezes mais
velozes... Um simples segundo de contacto com elas ou de respirar as toxinas
que estavam a espalhar (curiosamente para proteger-se da radiação de uma
estrela longínqua) supunha a morte quase instantânea. No planeta Terra morreram
onze mil milhões de pessoas em menos de cinco minutos. Só se salvaram algumas
pessoas pelo maior dos acasos. Uns quantos mergulhadores, as pessoas que
naquele preciso momento estavam a viajar em aerojet (onde as rosas de Admete
tampouco se permitiam), os militares que estavam de prática nos submarinos e
umas cem mil pessoas que viviam em apartamentos aquáticos ou cidades submarinas
(que evitavam ter aquelas plantas). Nesses cinco minutos aterradores morreram
os 98% da raça humana. Tinha chegado o Armaggedon para nós, mas começara
naquele dia fatal em que a primeira rosa de Admete tinha chegado à Terra.
O
curioso foi que alguns mergulhadores, apenas dez minutos depois de que tivesse
morto a primeira pessoa, subiram à superfície e ao tirarem os escafandros
respiraram sem problema. Como se nada tivesse acontecido. A toxina deixara de
ter efeito. Era inócua. Se descêssemos à Terra agora, não haveria problema
(bom, apenas os biliões de cadáveres por enterrar). E isso será assim até
dentro de 33 anos. Apenas foram cinco minutos de floração. Apenas cinco minutos
e acabaram com vinte e oito mil milhões de seres humanos!
Que
faremos os sobreviventes? Não o sei. É tão aterrador que nem me ocorre. Perdi
tudo, a minha mulher, os filhos, a família, os amigos... Mas pensando-o melhor,
sei sim o que vou fazer. Esta pastilha vai conseguir que me livre desta dor
insuportável. Apenas um minuto e eu também compartilharei o destino da nossa
raça. Não posso suportá-lo mais um segundo. Malditas rosas de Admete...
Este
conto foi publicado originariamente, em português e espanhol, na revista Relatos
Fantásticos. Para acessá-la, clique AQUI.
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