Postagens

Mostrando postagens de junho, 2024

A MÁQUINA DESINTEGRADORA - Conto Clássico de Ficção Científica - Arthur Conan Doyle

Imagem
  A MÁQUINA DESINTEGRADORA Arthur Conan Doyle (1859 – 1930) Tradução de autor anônimo do séc. XX O professor Challenger estava no pior dos humores possível quando eu parei no umbral de seu gabinete de estudo, com a mão sabre a maçaneta da porta e os pés sobre o capacho. Ao ver-me, descarregou mediatamente sua cólera. — No seu pedante artigo sabre os restos de sáurios recentemente descobertos em Solenhofen, você abre um parágrafo com as seguintes palavras: “O professor G. E. Challenger, um dos nossos maiores cientistas…” — E então? — perguntei, tentando ocultar um sorriso. — Com os diabos! Por que estas deliciosas qualificações e limitações? Quer ter a gentileza de mencionar-me esses outros cientistas a quem imputa qualidades superiores à minha? — Confesso que foi um parágrafo infeliz. Devia ter dito: “G. E Challenger, o maior dos nossos cientistas vivos…” — admiti, sorrindo. Afirmo-lhe que esta é minha sincera crença Estas palavras transformaram o inverno em verão. — ...

A TAMPA DO CAIXÃO - Conto Clássico de Terror - Alexander Nikolayevich Afanasyev

Imagem
  A TAMPA DO CAIXÃO Alexander Nikolayevich Afanasyev (1826 – 1871) À noite, seguia um camponês pela estrada, em sua carroça, carregada de potes. Cansado, o cavalo, de repente, parou ao lado de um cemitério. O mujique 1 , desatrelando-o, soltou-o para pastar. Enquanto isso, deitou-se sobre uma das sepulturas. Contudo, permaneceu acordado. Sobre a lápide, ficou o camponês a repousar por algum tempo. De repente, a sepultura começou a abrir-se. Sentindo um movimento sob o corpo, levantou-se num salto. O sepulcro abriu-se e dele saiu um cadáver; envolto numa mortalha branca, segurando a tampa do caixão. Então, o redivivo correu para a igreja, colocou a tampa do féretro junto à porta e partiu para a aldeia. O mujique era um camarada ousado. Apossou-se da tampa do caixão e permaneceu parado, ao lado da carroça, esperando para ver o que aconteceria. Passado algum tempo, o morto-vivo retornou e andou à procura da tampa do esquife. Depois de rastrear o seu pertence, o defu...

OVELHAS FANTASMAS - Narrativa Clássica Sobrenatural - Catherine Crowe

Imagem
  OVELHAS FANTASMAS Catherine Crowe (1803 – 1876) Tradução de Paulo Soriano Durante a Guerra dos Sete Anos na Alemanha 1 , um pastor perdeu a vida numa briga de bêbados na estrada principal. Durante algum tempo, existiu uma espécie de lápide tosca, com uma cruz, para marcar o local onde o seu corpo foi enterrado; mas esta já tombou há muito tempo e um marco ocupa agora o seu lugar. No entanto, os camponeses ordinariamente afirmavam, assim como vários viajantes, que, naquele local, foram vítimas de ilusão, eis que, como supunham, viram rebanhos que, após investigações, revelaram-se apenas uma visão. É claro que muitas pessoas encaram isto como uma superstição; todavia, uma confirmação muito singular da história ocorreu no ano de 1826, quando dois cavalheiros e duas damas passavam pelo local numa carruagem postal. Um dos senhores era um clérigo e nenhum deles tinha ouvido falar do fenômeno que se dizia ligado ao local. Na ocasião, conversava-se sobre as perspectivas do...

O SAPATO - Conto de Terror - João de Arlekinom

Imagem
O SAPATO João de Arlekinom Breve sátira aos deuses cósmicos. Lembrava com carinho dos tempos em que viajava com minha mãe até a fazenda de meu avô e de minha avó que ficava na região norte do Maranhão. Saíamos de São Luís fugindo da folia dos carnavais, pois minha família sempre gostara do silêncio proporcionado por lugares isolados e da tranquilidade que somente a natureza poderia oferecer. Lembro-me das planícies verdes cuja vegetação balançava ao vento, lembro-me dos lagos escuros e cheios de lodo e dos pés de coco babaçu balançando ao vento do marítimo vindo do atlântico. Eram estas paisagens nostálgicas que traziam as sensações mais primevas e lembranças mais primitivas. A casa de meus avós tinha uma varanda onde meu avô sempre ficava esperando nossa chegada em sua velha cadeira de balanço, com o seu cachimbo na boca como de costume. Já a vovó sempre estava na cozinha preparando algo saboroso para o almoço. Em toda a minha vida nunca conheci um homem mais exímio...