Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2024

A CAIXA OBLONGA - Conto Clássico de Mistério e Horror - Edgar Allan Pöe

Imagem
A CAIXA OBLONGA Edgar Allan Pöe (1809 – 1849) Tradução de autor desconhecido do séc. XX Há alguns anos passados tomei passagem, de Charleston para Nova York, no formoso navio Independence , governado pelo capitão Hardy. Deveríamos partir no dia 15 de junho e, no dia 14, fui para bordo arrumar algumas coisas em meu camarote. Verifiquei que havia muitos passageiros, entre os quais muitas senhoras. Na lista dos viajantes, encontrei o nome de algumas pessoas conhecidas, entre as quais figurava, com grande alegria minha, o de Cornelius Wyatt, jovem artista a quem me unia uma verdadeira amizade. Tínhamos sido companheiros de estudos na universidade de C…, onde tínhamos tido uma vida muito unida. Seu temperamento era o de todos os homens geniais, mistura de misantropia, sensibilidade e entusiasmo. A estas qualidades unia o melhor coração, o mais ardente e mais puro que já bateu em peito humano. Em seu nome achavam-se reservadas três cabines e verifiquei, consultando novamente a lista...

GUERRA - Conto Clássico Cruel - Jack London

Imagem
GUERRA Jack London (1876 – 1916) Tradução de autor desconhecido do séc. XX Era um jovem de vinte e quatro ou vinte e cinco anos. Seus olhos negros miravam tudo com curiosidade e seguiam o movimento de cada galho de árvore, seguindo depois até a linha do horizonte. Ia a cavalo, mantendo-se sempre do mesmo lado do caminho e, com a mesma intensidade com que olhava, escutava, embora fosse por lugares silenciosos. Somente do longínquo oeste chegavam o roncar dos canhões, que começara muitas horas antes. E, devido à própria monotonia daquele ruído, o jovem só teria reparado neles se houvesse cessado. Na parte da frente da sela tinha a carabina. A tensão de seu espírito era tal que o grito de uma perdiz entre as patas do cavalo era o bastante para fazê-lo colher as rédeas com rapidez e empunhar a carabina. Depois, com um trejeito de impaciência, reacionava e continuava o caminho. Ginete e corcel estavam empapados de suor. Eram precisamente doze horas de um horrível dia de verão. Até...

O ATIRADOR - Conto Clássico de Suspense - Alexandre Dumas

Imagem
O ATIRADOR Alexandre Dumas Tradução de autor desconhecido do início do séc. XX Nossa vida, na pequenina aldeia da Rússia, onde nosso regimento aquartelara, nada tinha de alegre. Nossa única distração era reunirmo-nos ora em casa de um, ora em casa de outro; e não mantínhamos relações senão entre nós mesmos. Uma só pessoa, não militar, fazia parte de nosso grupo; era Sylvio, um homem de trinta e cinco anos presumíveis e, portanto, muito mais velho do que qualquer um de nós. E, antigo militar, sua experiência dava-lhe grande autoridade em nosso grupo. Nunca soubemos por que motivo deixara a carreira militar e se instalara naquela aldeia humilde, onde passava uma existência penosa e triste; mas sua casa estava sempre aberta aos oficias de nosso regimento. Também não sabíamos quais eram seus recursos para viver, mas nunca nos atrevemos a fazer perguntas a tal respeito. Sua principal ocupação era atirar a pistola; as paredes de seu aposento estavam crivadas de balas e a perfeiçã...