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Mostrando postagens de novembro, 2025

AGENTE IMOBILIÁRIO - Conto de Horror - Lewis Medeiros Custódio

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AGENTE IMOBILIÁRIO 1 Lewis Medeiros Custódio   Vender casas não é para todos. Não é só  ethos ,  logos  e  pathos . Não é só persuasão. É preciso construir toda uma noção de confiança, tanto com quem vende como com quem compra. É preciso que eles pensem que estamos do seu lado e só do seu lado. Saber ouvir e deixá-los falar. Ler rostos e interpretar silêncios. Perceber que cartas estão na mão e quando as jogar. Criar a urgência e a necessidade. Enfim, há que ter aquele talento nato para a trafulhice. Não foi com dificuldade que, pela primeira vez, vesti a roupa de agente imobiliário, embora esta me ficasse mais apertada do que gostaria. Odeio quando a roupa não cai como quero.  Tinha de estar às 15 h 15 em ponto em frente à casa cuja morada tinha sido cuidadosamente enviada para o GPS do carro da imobiliária. Lá, iria encontrar uma vendedora sénior que me ajudaria com os primeiros passos. Esperava que ela fosse pontual. Tenho uma forte aversão a...

O LOBISOMEM DA PROVÍNCIA - Conto de Terror - Danilo Seraphim

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O LOBISOMEM DA PROVÍNCIA Danilo Seraphim 1. De uma família de oito filhos, Pedro Plínio era o único homem e o filho caçula. Ele era diferente. Talvez por ter crescido em meio às irmãs, ele sentia-se um pouco excluído. Mas era ele quem ajudava o pai na roça, desde os treze anos, quando algo estranho começou a lhe ocorrer. Algumas noites de terças ou sextas-feiras, ele saía e retornava somente no outro dia. Seu pai notava algo estranho e lhe interrogava, mas ele dizia de modo confuso, que não se recordava de absolutamente nada. 2. O tempo passou e Pedro Plínio virou um homem, aliás, um homem considerado por todos na Comunidade, porque ajudava muita gente; ele visitava os doentes, estava sempre nos velórios e auxiliava a todos que dele necessitavam, na Comunidade da Província de Cárpoles. Mas, estranhamente, nas noites de terças e sextas-feiras, ao cair da tarde, exatamente às dezoito horas, ele desaparecia. Só viam Pedro Plínio no dia no seguinte. Cansado, com ...

UMA DINASTIA DE FANTASMAS - Conto Clássico Pseudo-sobrenatural - Alessandro Varaldo

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UMA DINASTIA DE FANTASMAS Alessandro Varaldo (1873 – 1953) No grupo de homens de sociedade e de formosas damas, o ancião ria às gargalhadas. — Com que então existem espectros? Isto só por brincadeira! — Contudo, coronel — insinuou o professor Langoseo —, o mundo astral… — Deixe lá o mundo astral! — A telepatia… Esse sentido do infinito. — Tudo quanto o senhor quiser; mas se eu lhes contasse… Todos olharam para ele com curiosidade. — Vai contar-nos alguma história, coronel? — Uma história tétrica? — Uma história para tapar os ouvidos? — perguntou uma dama. O coronel, sacudindo a cinza do cigarro com o dedo mínimo, respondeu, com ar risonho: — E por que não? Uma história de caça, uma história de espectros e até uma história para tapar os ouvidos. Mas eu prevenirei as senhoras a tempo. Durante alguns instantes, só se ouvia o barulho das cadeiras aproximarem-se. — Tem a palavra o coronel! — exclamou o professor. — “Conticuere omnes 1 ”. E o coronel começou… * ...