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CATALEPSIA - Narrativas Clássicas de Horror - Autores anônimos dos séculos XIX e XX

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CATALEPSIA Autores anônimos dos séculos XIX e XX 1 SEPULTADA VIVA Autor anônimo do séc. XIX. Escrevem de Madri ao Droit , jornal de Paris: “ Uma senhora imensamente rica, vendo que a epidemia, que dizima de um modo horroroso a população de Lisboa, poderia também atacar e terminar a sua existência, mandou chamar um dos seus sobrinhos, a quem destinava a sua imensa herança, com a cláusula de dar parte dela a uma sobrinha, que designava. Alguns dias depois, a febre amarela ou tifo teria atacado a tia milionária. Em algumas horas, a doença tez tais progressos que a pobre tia foi abandonada como morta pelos médicos. A doença que reina em Lisboa é tão cruel como o cólera; os mortos passam, em pouco tempo, a um estado de putrefação que torna perigosa a permanência de um cadáver em casa. Por isso, tratou-se do enterro 4 ou 5 horas depois de atestado o falecimento. A tia foi metida no caixão e a levavam para o cemitério. Ia realizar-se o enterro quando um dos coveiros julg...

DILACERADA PELO LOBO - Narrativa Verídica de Horror - Autor anônimo do séc. XIX

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DILACERADA PELO LOBO Autor anônimo do séc. XIX Tradução de Paulo Soriano O que se segue, extraído do Journal Illustré , é deveras triste. No dia 5 deste mês, uma garotinha de uns dez anos de idade, chamada Marie Favraud, acompanhada por um menino de mesma idade, colhia bolotas na borda da floresta em La Rochette, cantão de La Rochefoucauld (Charente). O menino subia numa faia e deixava cair as bolotas, que Marie Favraud apanhava. De repente, surgiu um imenso lobo. Antes que a pobre Marie Favraud pudesse pedir ajuda, a fera precipitou-se sobre a criança e, rápida como um raio, rasgou a sua garganta e esmagou a sua cabeça com suas enormes mandíbulas. Aos gritos do menino, que permanecia sobre a árvore, o Sr. Texier, que então trabalhava a trezentos metros de distância, correu ao local. Passou-se, então, uma cena terrível. O corpo da pobre Marie Favraud, completamente mutilado e ensanguentado, jazia sobre a grama, e o lobo o dilacerava com suas garras. O animal, todavi...

UM MARIDO A MAIS - Conto Clássico Fúnebre - Louis Ulbach

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UM MARIDO A MAIS Louis Ulbach (1822 – 1889) Tradução de autor anônimo do séc. XIX — Quantos processos tem a propósito do divórcio? — perguntei há dias a um amigo, advogado preferido… das damas, e temido dos maridos. — Apenas um — disse-me ele — e posso afirmar-lhe que não contém nada do que você supõe, nem queixas de adultério, nem sevícias graves! Se quiser fazer um drama, posso confiar-lhe por algum tampo. Não é segredo. — Em que se funda, então, a petição do divórcio? — No medo de um ressuscitado. — Não poderá pôr-me isso em pratos limpos? — Nuda mais fácil. Você conhece a senhora A. de B…? — Conheço. Mas espere… eu supunha-a uma mulher extremamente honesta, que adorava o marido e era por ele adorada… Uma mãe de família exemplar! — Não se engana. Tenciono dizer tudo isso no tribunal. — O marido, conhece-o perfeitamente. É um excelente homem, leal, obsequiador e de uma reputação sem mancha. — Hei de empregar precisamente essas palavras. — Mas então essa gente quer di...

UM HORRÍVEL MASSACRE - Narrativa Clássica de Horror - Autor anônimo do séc. XIX

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UM HORRÍVEL MASSACRE Autor anônimo do séc. XIX Achamo-nos vivamente impressionados por um acontecimento — tão singular como inexplicável — ultimamente ocorrido no vale de Ulfetta, perto de Castel Baronia. Um advogado da vila de Ariano, muito conhecido, Giuseppe Ev...o, fugindo do calor, que nos tem abrasado, fora residir, provisoriamente, com toda a sua família, naquele vale, em uma casa conhecida pelo nome de “Casa Taberna”. No dia 21, os vizinhos notaram que, até alto dia, não se tinha aberto a porta e nem uma só janela daquela casa, pelo que resolveram bater à porta: um silêncio de morte foi a única resposta que obtiveram. Receando alguma catástrofe, foram prevenir o síndico de Ariano, que compareceu, à tarde, e mandou arrombar a porta. O primeiro aposento em que o síndico, acompanhado de algumas pessoas, entrou, estava vazio e com as janelas hermeticamente fechadas. Passando-se, depois, a outro quarto, que era o das crianças, um espetáculo terrível apresentou-se aos o...