UM CASO MONSTRUOSO- Amante de uma morta -TERRÍVEL LUA DE MEL — Autores anônimos do início do séc. XX
UM CASO MONSTRUOSO
Amante
de uma morta
TERRÍVEL
LUA DE MEL
Autores
anônimos do início do séc. XX
O “Jornal do Commercio”
(AM), na edição de 31/12/1907, narrou uma história real para além de macabra:
Em
Rocca d’Evandro, aldeia da província de Caserta, na Itália, Giuseppe d’Alessandro,
homem de quarenta anos, alto e simpático, amava loucamente Elvira Scalingi, que
lhe tributava igual amor, mas cujos pais não aprovavam tal afeição, preferindo
que ela casasse com um ricaço da mesma província.
Elvira,
amargurada com a oposição dos pais dos pais, adoeceu e morreu.
Em
setembro último, um cidadão qualquer alugou uma casinha na aldeola de Vitulano.
Fez conduzir para lá alguns móveis, e ali se encerrou sozinho, não recebendo
ninguém, e comprando da janela ou da porta o indispensável à sua subsistência.
Ao senhorio, disse chamar-se Ludovico Krebel.
Os
vizinhos consideravam-no um misantropo, um excêntrico, e acabaram por não
pensar mais nele.
Mas
há dias, uma mulher, passando à porta de Krebel, espreitou pela fechadura e
ficou assombrada ao ver que o inquilino apertava afetuosamente nos braços uma
mulher. Mas esta viria de onde? Caíra do céu? Ou saíra da terra? Por que seria
que nem ao menos chegava à janela para tomar um pouco de ar?
O
mistério excitou a curiosidade da aldeia, e um tal Palumbo trepou a uma árvore
fronteira à casa misteriosa, e verificou que a dama abraçada era... um cadáver.
Foi
participado o caso aos carabineiros, mas o povo, impaciente, e supondo que ali
moraria o diabo, apinhou-se tumultuosamente à porta de Krebel. Este julgou logo
descoberto o seu segredo e barricou a porta. Os populares arrombaram-na.
Krebel, porém, armado de revólver, conseguiu abrir espaço e desapareceu.
Chegaram
os carabineiros, revistaram a casa e acharam o cadáver de uma moça.
Acharam
também algumas cartas de onde se viu que o verdadeiro nome de Krebel era Giuseppe
d'Alessandro. Achou-se também um diário, em que o infeliz amante narrava a história
do seu amor e os dias que ele passava contemplando a querida morta e falando
com ela.
Os
jornais italianos contam minuciosamente como Giuseppe roubara o cadáver. Depois
de alugar a casa de Vitulano, foi ao cemitério, escavou a sepultura de Elvira,
tirou o cadáver, meteu-o numa caixa, e transportou-o para a sua nova vivenda.
Tratou, em seguida, de obstar a decomposição cadavérica, para o que se premunira
com os necessários preparativos químicos. E passava os dias cobrindo o cadáver
de beijos, contemplando e abraçando a morta.
No
seu diário, há notas sentidas, como neste exemplo:
“Esta
manhã, enquanto o sol beijava a terra impregnada de perfumes, beijava eu a
minha Elvira. Falei com ela, disse-lhe mais uma vez quanto é forte e ardente o
meu amor. E ela respondeu-me, com voz divina: ‘Sim, eu também te amo’. E
tocou-me os olhos com os lábios adorados. Elvira, minha vida, eu te amo, eu te
adoro”.
Lúgubre e trágico.
Outros detalhes da horripilante
história constam da edição de “O Século” (RJ), edição de 1/11/1907:
Os
jornais de Nápoles, ultimamente chegados, noticiam um horrível caso de
necrofilia, que se deu nos arredores daquela cidade.
Um
certo d'Alessandro, natural de Rocca d’Evandro, exumou na noite de enterramento
o cadáver de sua amada, senhorita Elvira Scalingi, e o levou para uma casinha
solitária no campo situado entre Baia e Torregaveta.
Ali
chegado, fez no cadáver diversas injeções de líquidos antipútridos, de modo a
evitar a decomposição, e o revestiu de um esplêndido vestido nupcial, de seda
branca, de sapatos da mesma fazenda azul, ornou-o de ricas joias, deitou-o
sobro o leito e o violou.
Cinco
meses após, não apresentava o corpo da pobre Elvira os menores indícios de
decomposição, o que faz presumir que o embalsamamento foi feito no mesmo dia da
morte ou no seguinte.
Pelas
declarações das pessoas que denunciaram o fato à polícia, infere-se que d’Alessandro,
nesses cinco meses, conviveu maritalmente com a morta.
Pelas
testemunhas que descobriram o lúgubre caso, sabe-se detalhadamente como se
desdobrou nas diversas fases este monstruoso fenômeno de necrofilia, narrado
também minuciosamente em um diário esquecido na casa por d'Alessandro e sequestrado
pela polícia. O louco amante nesse diário descreve os particulares da sua lua de
mel.
Alguns
sábios fizeram instantes solicitações à polícia para poderem examinar o corpo
de Elvira Scalingi.
A
impressão deixada pela horrível descoberta é enorme no espírito público.
Uau !...ass. Roger
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