SUPERSTIÇÃO VAMPÍRICA - Narrativa Clássica Cruel - Anônimo do Séc. XIX
SUPERSTIÇÃO
VAMPÍRICA
Anônimo do séc. XIX
No
tribunal superior de Berlim acaba de ser julgada uma causa pela qual se vê que
ainda está arraigada entre os polacos e magiares a superstição dos vampiros,
segundo a qual os mortos saem durante a noite dos seus túmulos para irem sugar
o sangue das pessoas com quem tiveram relações durante a vida.
Um
fidalgo polaco tinha falecido no seu Castelo de Roslasin em fevereiro passado,
ficando toda a sua família de perfeita saúde; algumas semanas depois, seu filho
mais velho foi atacado de um mal desconhecido e inexplicável, que o arrebatou
deste mundo em poucos dias, dando-se idênticos casos entre outros dos seus
próximos parentes.
Em
vista disto, pois, desde logo se julgou que o finado pai era um vampiro e que
os acidentes que se davam eram o resultado das suas visitas.
Um
filho segundo, querendo fugir à sorte de seu irmão, mandou exumar o cadáver de
seu pai, cortou-lhe a cabeça, que colocou debaixo dos pés, enquanto outro
indivíduo recolhia o sangue, que saía da ferida, o qual era destinado a ser
bebido pelos parentes ainda vivos.
O
abade da freguesia, porém, interveio no ato e evitou o seguimento da operação.
Uma segunda tentativa foi posta em execução e desta vez o ato consumou-se.
Algumas
pessoas da localidade, que o observaram, deram parte dele às autoridades e o
resultado desta absurda superstição foi a condenação, na primeira instância, a três
meses de prisão, do violador do túmulo. Apelou da sentença, mas o tribunal
superior parece decidido a confirmá-la.
Fonte: “O Liberal do
Pará”, edição de 2 de agosto de 1871.
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