QUERIDO PAPAI NOEL - Conto de Horror - Júlio Portus Cale

 

QUERIDO PAPAI NOEL

Júlio Portus Cale

 

“Querido Papai Noel:

Fernando me disse, ontem, que você não existia, mas eu não acreditei. Fernado é mentiroso, você sabe disso.

Claro que você existe! Lembra-se do beijo que você me deu no Shopping Center Uirapuru?

Claro que sim!

Neste ano, não quero uma boneca, nem uma patinete rosinha. Quero outra coisa. Já, já lhe digo.

Hoje à noite, papai voltou a brigar com mamãe. Ele estava com tanta raiva! E fez uma coisa muito feia. Feia mesmo! Depois, foi embora.

O que será que é traição? Não sei e nem quero saber. Acho que papai não gostava da presença do primo Manuel aqui em casa. Será que foi por isso que mamãe e papai brigaram? Acho que sim. Mas não sei e nem quero saber! Juro!

Mamãe está deitada aqui, bem juntinho. Aqui e ali, na verdade. Mas eu preciso subir e esperar por sua chegada. Não demore muito, tá?

Papai Noel, o que eu lhe peço é uma cola mágica.

Tenho a certeza de que, amanhã de manhã, quando eu acordar, vou pegar o meu presente junto à árvore de Natal. Lembre-se: a árvore está na sala maior, como sempre. Não se esqueça, tá? Depois, vou colar de volta a cabeça de mamãe ao pescoço dela. Ela fica linda com a corrente de ouro!

Tenho certeza de que ela voltará a viver! E que ficará feliz comigo e com papai!

Beijos.

Liliane.”


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