A MALDIÇÃO DO SACERDOTE EGÍPCIO - Narrativa Clássica Sobrenatural - G. St. Russell
A MALDIÇÃO DO
SACERDOTE EGÍPCIO
G. St. Russell
(Séc. XX)
Tradução de
autor desconhecido do início do séc. XX
Esta
história refere-se a um sarcófago que hoje está no British Museum. Por algum
tempo, os egípcios costumavam encerrar as suas múmias em urnas funerárias de
brilhantes cores, com inscrições, genealogia, figuras de deuses, e guardavam-nas
nas salas da sua moradia. O retrato do morto estava pintado no caixão. Entre
uma esplendida serie de sacórfagos, há um cuja história, se for verídica, é
terrível.
Fazia
parte da expedição de Gordon o falecido Mr. Hebert Ingran, na qual muito se
destacou. Como recordação desta viagem, ele comprou por cinquenta libras uma
“bela” múmia de um sacerdote e mandou-a para sua casa.
A
múmia trazia uma misteriosa inscrição, que um especialista decifrou. Era feita
com sangue coagulado.
Declarava
ela que aquele que inquietasse o corpo do sacerdote teria o seu próprio corpo
condenado a não ter uma sepultura decente, que morreria morte violenta e o seu
corpo seria carregado por uma corrente d’água e lançado ao mar.
E
isto provou ser o prelúdio de uma tragédia tão extraordinária quanto terrível.
Algum
tempo depois de ter enviado a múmia para casa, M. Ingran e o falecido Sir Henry
Meux estavam caçando elefantes em Somaliland, quando um dos nativos vieram lhes
dizer que haviam descoberto as pegadas de um gigantesco elefante. Os dois
esportistas não puderam resistir à tentação e imediatamente partiram para
caçá-lo. Infelizmente, Sir Henry esqueceu-se de levar a sua espingarda.
—
Toma a minha — disse-lhe Ingran generosamente, ao passo que ele ficava apenas
com uma pequena pistola.
Já
a luta havia começado, Sir Henry com um belo touro, ao passo que Mr. Ingran com
um enorme boi. Com os tiros que recebia,
o animal disparava entre as árvores.
Repetindo
este manejo, ele ia disparar novamente, quando foi de repente derrubado da sua
sela e arremessado ao chão por um galho.
Mal
havia tocado a terra, foi pisado mortalmente pelo elefante ferido.
Durante muitos dias, o enraivecido animal não
consentiu que ninguém se aproximasse, e finalmente morreu; e o pobre amassado
corpo de Ingran foi reverentemente enterrado perto do rio. Quando, tempos
depois, a expedição teve de voltar para o distrito, verificaram que a
correnteza havia carregado o corpo do infeliz esportista, realizando-se, assim,
a terrível profecia do sacerdote. Só uma meia e parte de um osso foram
encontrados, e isto foi depois enterrado com todas as honras militares de Aden.
O
museu só possui o caixão, porque a múmia está em poder da Sra. Maeux.
Fonte: “A Leitura para
Todos”/RJ, edição de outubro de 1909.
Fizeram-se breves
adaptações textuais.
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