A ESPOSA DE ZHANG YUAN - Conto Clássico Sobrenatural - Yuan Mei
A ESPOSA DE
ZHANG YUAN
Yuan Mei
(1716 – 1798)
A
Sra. Xue, mulher de Zhang Yuan, um aldeão do condado de Yanshi, província de Henan,
regressava à casa dos pais em Ning, quando, a meados do caminho, o seu cunhado
veio a ter com ela. Passaram, então, por um antigo sepulcro, cercado por
árvores de assustadora aparência.
Porque
precisava urinar, Xue entregou o burro em que montava ao cunhado, pedindo-lhe
que tomasse conta da montaria.
Depois,
tirou a saia vermelha que usava e pendurou-a numa árvore. Quando acabou,
virou-se para apanhar a saia, mas descobriu que a roupa havia sumido.
Xue
regressou a casa e dormiu ao lado do marido.
Mas,
na manhã seguinte, não se levantaram. Os familiares, que entraram às carreiras
no quarto, descobriram que a porta e a janela estavam fechadas, como de
costume. E viram que o casal estava morto, sendo notável que lhes faltavam as
cabeças.
Os
familiares apresentaram queixa às autoridades, mas o magistrado não conseguiu
encontrar o assassino. Ainda assim, detiveram o irmão de Zhang, submetendo-o a
um interrogatório. O irmão contou, detalhadamente, aos oficiais da Justiça, o
desaparecimento da saia no dia anterior.
Em
sequência, as autoridades acorreram à sepultura. Lá, ao lado do sepulcro, descobriram
a existência de uma pequenina gruta.
A
caverna estava polida, como se alguma coisa tivesse roçado nela, repetidamente,
ao entrar e sair. Espreitando o interior
da gruta, avistaram um cinto, que levava a uma saia vermelha.
Logo
soube-se que a saia pertencia, efetivamente, à Sra. Xue.
Os
oficiais escavaram a caverna e encontraram as cabeças de Zhang e Xue. Não havia
jazigos. A gruta era muito pequena, pois o seu comprimento equivalia a de um
braço.
No
final, os oficiais não conseguiram descobrir o que realmente havia acontecido.
Versão em português de
Paulo Soriano.
Imagem: PS/Copilot.
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