VISÃO DE UMA ANTIGA TRAGÉDIA - Narrativa Verídica Sobrenatural - Anônimo do séc. XX

VISÃO DE UMA ANTIGA TRAGÉDIA

Anônimo do séc. XX

Tradução de Paulo Soriano

Uma datilógrafa de Londres, voltando para casa, desmaiou ao passar à frente de um prédio de escritórios. Ela foi levada a uma farmácia em Aldwych.

Quando se recuperou, declarou que tivera a impressão, enquanto caminhava, de que uma garota havia caído da janela de um alto prédio, espatifando-se a seus pés. O choque foi tão intenso que ela perdeu os sentidos.

Há 18 meses, exatamente, a tragédia descrita pela datilógrafa realmente aconteceu: uma menina caiu de um andar superior e morreu no local onde ela, que nunca tinha ouvido falar do acidente, desmaiou.

Qual é a explicação deste extraordinário acontecimento?

Um renomado psicólogo disse ao “Sunday Pictorial” que existem pessoas dotadas de mentes tão sensíveis que podem evocar, subconscientemente, imagens de eventos passados.

Tais pessoas, em ambientes onde tragédias ocorreram, podem descrever, nos mínimos detalhes, as particularidades dos eventos trágicos. E a experiência da datilógrafa não é incomum.

“Recentemente — disse um psicólogo — contou-me uma paciente que não conseguia passar por uma determinada esquina, perto de sua casa, porque nela sempre parecia ver um ônibus esbarrado contra uma parede.

“Fiz investigações e descobri que há 17 — durante a guerra —, e muito antes de a minha paciente chegar ao bairro —, um ônibus resvalou na calçada daquele local e sete pessoas morreram no acidente.

“As casas mal-assombradas não ganham tal reputação necessariamente por causa de eventos sombrios associados ao lugar. Embora em milhares de casas tenham acontecido trágicos eventos, são as pessoas que as ocupam que têm uma sensibilidade extraordinária.

“Uma jovem esposa, a quem atendi, sentia que sua vida de casada estava desmoronando em razão de seus nervos afetados. Eu a orientei a mudar-se para uma casa, que eu conhecia, com um passado deveras agradável, e ela rapidamente absorveu a atmosfera de contentamento e alegria da nova casa.”

Fonte: Sunday Times, Austrália, edição de 2 de setembro de 1934.